Ordem dos Advogados de Angola apela à mobilização para defesa dos detidos durante tumultos

Ministro do Interior de Angola disse que já foram detidas mais de 1200 pessoas durante os tumultos em Luanda.

30 de julho de 2025 às 20:01
Protestos deixaram rasto de destruição em vários bairros de Luanda Foto: Lusa
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A Ordem dos Advogados de Angola apelou, esta quarta-feira, à mobilização destes profissionais para, face ao "elevado número de cidadãos detidos nos últimos dias", integrarem as equipas que estão a ser formadas para garantirem um julgamento legal.

O ministro do Interior de Angola, Manuel Homem, disse esta quarta-feira, no final da reunião do Conselho de Ministros, que 1.214 pessoas foram detidas durante os tumultos registados segunda e terça-feira em Luanda, no âmbito da paralisação de três dias decretada pelos taxistas em protesto contra o aumento do preço dos combustíveis.

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Em comunicado, a Ordem indica que estas equipas de advogados serão organizadas "com vista a garantir que esses julgamentos ocorram com respeito pelos princípios da legalidade, imparcialidade e do devido processo, conforme estabelecido pela Constituição da República de Angola".

Para a Ordem, "a presença de advogados nestes processos é fundamental para a credibilização do sistema judicial e para assegurar que os atos processuais decorrem com a observância das garantias legais dos cidadãos".

Luanda regista, esta quarta-feira, uma relativa acalmia, após ter vivido, na segunda e na terça-feira, episódios de violência, tumultos, saques em armazéns e estabelecimentos comerciais e destruição de bens públicos e privados, na sequência da greve convocada por taxistas, que cumpre o seu terceiro e último dia.

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No balanço feito esta quarta-feira, Manuel Homem indicou que, nestes dois dias, se registaram 22 mortos, 197 feridos e 1.214 detenções. Não foi feita ainda a contabilização dos prejuízos e dos danos causados nos estabelecimentos que foram vandalizados e pilhados. 

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