Paris aconselha cidadãos franceses a abandonarem temporariamente Mali
Em causa está um bloqueio 'jihadista' que se tem intensificado nos últimos dias.
França aconselhou esta sexta-feira os seus cidadãos a abandonarem temporariamente o Mali "assim que possível", uma vez que a capital, Bamako, e muitas regiões do país estão a ser estranguladas por um bloqueio 'jihadista'.
"Há várias semanas que a situação de segurança tem vindo a deteriorar-se no Mali, incluindo em Bamako", refere um alerta de viagem divulgado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) francês.
"Recomenda-se aos cidadãos franceses que planeiem uma saída temporária do Mali assim que possível, utilizando os voos comerciais ainda disponíveis", acrescenta-se na nota, especificando que "as viagens por terra continuam a ser desaconselhadas, uma vez que as estradas nacionais são atualmente alvo de ataques de grupos terroristas".
O MNE francês recorda, além disso, que "continua a desaconselhar formalmente deslocações ao Mali, qualquer que seja o motivo".
Questionado pela agência de notícias francesa, AFP, o MNE disse não ter condições para esclarecer se o alerta também se dirige aos funcionários da embaixada de França em Bamako.
Na quinta-feira, o porta-voz do MNE, Pascal Confavreux, tinha sublinhado que França estava a acompanhar "muito atentamente e com verdadeira preocupação" a degradação da situação da segurança no Mali, onde a violência 'jihadista' se intensificou nos últimos dias.
Para já, disse então o porta-voz, "o aparelho diplomático mantém-se inalterado, estando a embaixada francesa aberta, chefiada por um encarregado de negócios que se ocupa, nomeadamente, da proteção consular dos nossos 4.300 cidadãos inscritos na lista consular, cuja segurança é uma prioridade.
Desde 2012, o Mali enfrenta uma profunda crise de segurança, sobretudo alimentada pela violência 'jihadista' do Grupo de Apoio ao Islão e aos Muçulmanos (JNIM, ligado à Al-Qaida) e do grupo Estado Islâmico (EI), bem como de grupos criminosos locais.
E há algumas semanas, os 'jihadistas' do JNIM impuseram um embargo às importações de combustível, que chegou até Bamako, estrangulando a economia do país sem litoral do Sahel.
Na semana passada, os Estados Unidos e o Reino Unido anunciaram a retirada do Mali dos seus funcionários considerados "não-essenciais" e das respetivas famílias, em resposta ao agravamento da situação.
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