Paris recusa cúmplice

O governo francês não quer receber Michelle Martin, ex-mulher e cúmplice do pedófilo belga Marc Dutroux, autorizada por um tribunal belga a sair em liberdade após cumprir 15 dos 30 anos da pena e a ingressar num convento francês.

12 de maio de 2011 às 00:30
Paris recusa cúmplice Foto: Julien Warnand/EPA
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O ministro da Justiça, Michel Mercier, foi ontem bastante claro: "Não recebemos qualquer pedido por parte da Bélgica, mas, se acontecer, não pretendo aceitar", afirmou o governante, apesar de o convento francês, cujo nome não foi divulgado, já ter aceitado acolher a ex-professora de 51 anos, que ajudou a raptar vítimas do ex-marido e deixou morrer duas delas à fome na cave da casa do casal, perto de Charleroi.

O homólogo belga de Mercier reagiu imediatamente. Stefaan De Clerck manifestou "surpresa pela rapidez da reacção francesa e justificou o facto de não ter sido ainda formalizado o pedido com a eventualidade de entrar na Justiça belga um recurso para travar a libertação antecipada de Michelle Martin.

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De Clerck, recorde-se, anunciou no início da semana a libertação da ex-mulher de Dutroux, o que a lei belga permite quando o condenado cumpre pelo menos um terço da pena. Ora, Martin já cumpriu metade, uma vez que foi detida preventivamente em 1993 e condenada, em 2004, a 30 anos de prisão.

Marc Dutroux, que em 1990 horrorizou a Europa com a perversão dos seus crimes, foi detido também em 1993 e cumpre pena de prisão perpétua, sem direito a liberdade condicional.

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