Parlamento da Catalunha reitera apoio a Puigdemont
Maioria independentista defende direito do líder catalão de ser investido presidente.
O Parlamento da Catalunha defendeu esta quarta-feira o direito de Carles Puigdemont de ser investido como presidente da Generalitat e exigiu a libertação de todos os dirigentes independentistas detidos, em mais um sinal de que está disposto a manter o desafio ao Estado espanhol e a prolongar a incerteza política que poderá obrigar a novas eleições.
Sem surpresa, ambas as moções foram aprovadas com os votos favoráveis da maioria independentista na câmara, aos quais se juntaram, na resolução que exige a libertação dos dirigentes separatistas detidos, os votos do Catalunya em Comú, aliado do Podemos. Os independentistas, que acusaram a Justiça de "sequestrar os votos dos catalães", reclamaram também o direito à investidura dos outros dois candidatos apresentados pela maioria separatista, Jordi Turull e Jordi Sànchez, ambos em prisão preventiva.
Uma terceira proposta, apresentada pelo Cidadãos e que exigia o afastamento do presidente do Parlamento, Roger Torrent, por exercer o cargo "de maneira arbitrária e tendenciosa a favor dos independentistas", foi chumbada com os votos dos partidos separatistas, do Catalunya em Comú e dos socialistas do PSC, que não consideraram a desobediência de Torrent "sistemática", como alegava a resolução apresentada pelo Cidadãos.
Clara Ponsatí libertada sob fiança
A ex-conselheira catalã Clara Ponsatí, que fugiu da Catalunha com Puigdemont e se encontra refugiada na Escócia, apresentou-se ontem numa esquadra da polícia de Edimburgo, mas ficou em liberdade mediante o pagamento de uma fiança. Ponsatí, que diz ser vítima de "perseguição política" e promete lutar contra o pedido de extradição da Justiça espanhola, angariou mais de 135 mil euros para a sua defesa através de doações na internet.
Espanha tenta acelerar extradição
O mandado europeu de detenção enviado à Justiça alemã para pedir a prisão de Carles Puigdemont acusa o líder catalão do crime de "corrupção", numa tentativa de encurtar os prazos da extradição. Esta designação permite a tramitação acelerada do processo de deportação.
PORMENORES
Polícias presos
Os dois polícias catalães que viajavam com Puigdemont quando este foi detido na Alemanha, no domingo, foram ontem detidos ao regressar à Catalunha por suspeita de encobrimento.
Recusa de condenação
Os partidos independentistas e o Catalunya em Comú recusaram condenar os atos violentos que têm marcado os protestos contra a prisão de Puigdemont. A resolução, apresentada pelo Cidadãos, frisava que "a violência jamais deve ser usada como instrumento de reivindicação".
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