Partido sob suspeita é esperança de Dilma
Partidos e sindicatos organizaram novo dia de marchas por Dilma.
Negando veementemente ter cometido ilegalidades no cargo ou ter usado dinheiro ilícito na campanha para a reeleição, a presidente Dilma Rousseff, ironicamente, tem no partido com maior número de suspeitos de corrupção a sua maior esperança de escapar ao processo de destituição em curso no parlamento. Após o PMDB ter rompido terça-feira com o governo, Dilma ofereceu ao PP, Partido Progressista, os cargos ocupados pelo agora ex-aliado.
Tendo como seu nome mais famoso Paulo Maluf, ex-governador de São Paulo e um dos políticos brasileiros mais recorrentemente conotados com corrupção, o Partido Progressista tem 49 deputados, votos preciosos para a tentativa de Dilma de travar o processo. Mas também tem nada menos de 32 nomes na lista dos políticos suspeitos de envolvimento no ‘Petrolão’, o escândalo de desvios na Petrobras, divulgada pelo Supremo Tribunal.
Ontem, na 27ª fase da Operação Lava Jato, que apura esses desvios, estavam entre os alvos dois políticos condenados noutra megafraude, o ‘Mensalão’, descoberta em 2005, no primeiro governo de Lula da Silva: Delúbio Soares, na época tesoureiro do PT, e Sílvio Pereira, então secretário-geral. Entretanto, em apoio a Dilma e a Lula, e contra o processo de destituição, 159 mil pessoas, segundo estimativa da polícia, foram às ruas em 75 cidades de todo o Brasil, bem menos do que as 275 mil que se manifestaram em 54 localidades no passado dia 18.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt