Pelo menos quatro mortos e oito mil famílias afetadas pelas chuvas em Moçambique

Distritos mais severamente atingidos são Nhamatanda, Búzi, Chibabava e Gorongosa.

29 de dezembro de 2025 às 14:33
Pelo menos quatro mortos e oito mil famílias afetadas pelas chuvas em Moçambique Foto: Luísa Nhantumbo/Lusa
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Pelo menos quatro pessoas morreram devido às chuvas que se registam desde quarta-feira na província de Sofala, centro de Moçambique, e que afetaram oito mil famílias, três centros de saúde e cinco escolas, anunciaram, esta segunda-feira, as autoridades.

"Subiu para quatro [o número de mortes] nessa vaga de chuvas, onde tivemos dois na cidade da Beira (...) tivemos mais um na zona de Gruja, de um idoso, e o quarto ocorreu em Gorongosa", referiu Aristides Armando, delegado do Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD) em Sofala, durante uma conferência de imprensa naquela província.

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O delegado avançou que os distritos mais severamente atingidos são Nhamatanda, Búzi, Chibabava e Gorongosa, afetando oito mil famílias, além de três centros de saúde e cinco escolas.

Face às intempéries, adiantou que foram ativados 10 centros de acomodação no distrito de Nhamatanda para a população que "sofre com a influência da maré, que também está acima do alerta, mas com uma tendência de baixar gradualmente", assegurando estar em curso um processo de assistência às famílias para "garantir a retoma à vida normal".

"O setor de saúde também já fez o reposicionamento de algum produto, falamos de alguns insumos ligados à parte da saúde. Para o setor da agricultura está-se a fazer um levantamento daquilo que seriam as áreas perdidas e as áreas afetadas", referiu o delegado, alertando que dados preliminares indicam para um total de 50 mil hectares de áreas afetadas na província.

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O delegado do INGD em Sofala disse que o nível das águas tende a baixar, com uma previsão de retomar a transitabilidade até 31 de dezembro, sendo que, no momento, o acesso às zonas é feito com tratores.

Só nesta época chuvosa, que arrancou em outubro, a província de Sofala registou 18 óbitos e 11 mil afetados pelas inundações, segundo Aristides Armando.

As autoridades moçambicanas resgataram, no sábado, um casal que ficou isolado numa rocha devido às inundações no rio Vanduzi, no distrito de Gorongosa. Numa nota da Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC), explica-se que o casal ficou preso quando tentava atravessar o rio naquele distrito, que faz parte das regiões mais afetadas pelas chuvas registadas nos últimos dias.

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As autoridades moçambicanas alertaram, na quinta-feira, para o risco de inundações no centro do país, devido à ocorrência de chuvas.

Moçambique é considerado um dos países mais severamente afetados pelas alterações climáticas globais, enfrentando ciclicamente cheias e ciclones tropicais durante a época chuvosa, que decorre entre outubro e abril.

O Presidente moçambicano disse, em 18 de dezembro, que pelo menos 313 pessoas morreram, 1.255 ficaram feridas e mais de 1,8 milhões foram afetadas pelos ciclones Chido, Dikeledi e Jude, que atingiram Moçambique na época chuvosa 2024-2025.

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Já entre 2019 e 2023, os eventos extremos provocaram pelo menos 1.016 mortos em Moçambique, afetando cerca de 4,9 milhões de pessoas, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística.

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