Perdão a vítimas 44 anos depois do golpe de Estado de 1977 em Angola

Presidente João Lourenço quebrou décadas de silêncio para admitir os excessos cometidos após a tentativa de golpe de Estado de 1977.

28 de maio de 2021 às 08:18
Imagem 31926560.JPG (9977761) (Milenium) Foto: AMPE ROGÉRIO/Lusa
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O presidente angolano, João Lourenço, quebrou um silêncio de 44 anos e pediu desculpas públicas às famílias das vítimas dos massacres que se seguiram à tentativa de golpe de Estado de 27 de maio de 1977, para derrubar o governo do então presidente Agostinho Neto. Esta quinta-feira, foram entregues as primeiras certidões de óbito às famílias e foi realizada uma homenagem aos muito que foram executados e sepultados em segredo.

“Não é o momento de apontar dedos”, afirmou Lourenço, frisando que o pedido de desculpas “reflete arrependimento e vontade de pôr fim à angústia que as famílias carregam por falta de informação sobre o destino dos seus entes queridos”.

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As primeiras certidões de óbito foram entregues às famílias de Inocêncio Leão Leite, Antoninho Armando Simão e Joaquim Manuel Fernando. O presidente anunciou que se vai dar início à localização dos restos mortais de figuras destacadas da tentativa de golpe, casos de Nito Alves, alegado cabecilha, e de Sita Valles e José Van Dunem, cunhada e irmão da ministra da Justiça de Portugal, Francisca Van Dunem.

No âmbito das cerimónias, realizadas esta quinta-feira, dia do 44º aniversário do golpe falhado, foi depositada uma coroa de flores no túmulo do soldado desconhecido no cemitério de Santa Ana, onde foi também realizado um culto ecuménico.

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