Portugal entrou na Comunidade Europeia há 40 anos

Foi Mário Soares, na altura primeiro-ministro, que assinou o Tratado de Adesão de Portugal à CEE. Rui Machete tinha a pasta de vice-primeiro-ministro e Jaime Gama era ministro dos Negócios Estrangeiros.

31 de dezembro de 2025 às 01:30
Foi Mário Soares, na altura primeiro-ministro, que assinou o Tratado de Adesão de Portugal à CEE. Rui Machete tinha a pasta de vice-primeiro-ministro e Jaime Gama era ministro dos Negócios Estrangeiros. Foto: União Europeia 1986 - EP
Partilhar

Faz esta quinta-feira 40 anos que Portugal entrou na antiga CEE, hoje União Europeia. Um processo que demorou praticamente dez anos. O nosso país fez parte do terceiro alargamento da Comunidade e entrou ao mesmo tempo que Espanha, mas as negociações foram sempre feitas em separado. Com a entrada de Portugal e Espanha no grupo europeu, a CEE passou a ter 12 Estados-membros. Hoje, já União Europeia, somos 27 depois de o Reino Unido ter sido o primeiro e o único a sair. Mas se 1986 é o ano oficial da entrada com plenos direitos, o processo começou muito antes. Dias depois do 25 de Abril de 1974, o arquivo do Parlamento Europeu tem imagens a preto-e-branco de Mário Soares em visita a Bruxelas. Na altura, era secretário-geral de um PS criado na ilegalidade. Viria a ser o primeiro-ministro que assinaria a entrada definitiva na CEE, em 1985, no Mosteiro dos Jerónimos. Em 1977, Portugal escreve, em carta, a vontade de entrar na Comunidade.

As pescas, a agricultura e até a indústria foram alguns dos temas quentes das negociações. Portugal era um país pobre e era um país diferente. “A taxa de alfabetização é muito maior hoje do que em 1986”, diz ao CM Sebastião Bugalho, eurodeputado eleito pela AD no ano passado. Mas não foi só isso que mudou. “Os investimentos em infraestruturas que foram conseguidos” mudou o panorama do País, explica.

Pub

Os cheques de ajudas europeus começaram a chegar logo no início da década de 80. Na altura, Sá Carneiro, como primeiro-ministro, visitou por várias vezes Bruxelas. Enquanto Mário Soares passou pelas capitais os Estados-membros para levar Portugal à Europa. “Deu-nos mais liberdade, igualdade, e a cada um dos portugueses deu o sentimento de fazer parte de uma comunidade mais forte do que se estivéssemos sozinhos”, diz Bruno Gonçalves, atual eurodeputado eleito pelo Partido Socialista.

Em 1985, os líderes europeus vieram a Lisboa e assistiram à assinatura nos Jerónimos. Era Mário Soares primeiro-ministro. Rui Machete tinha a pasta de vice-primeiro-ministro e Jaime Gama era ministro dos Negócios Estrangeiros.

Pub

Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?

Envie para geral@cmjornal.pt

Partilhar