Portugal vai cooperar com a Guiné-Bissau na segurança do acervo documental
Anúncio foi feito em Lisboa pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva.
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, anunciou esta segunda-feira, em Lisboa, que Portugal vai ajudar a Guiné-Bissau a assegurar o seu acervo documental, cooperação que será estabelecida durante a sua visita aquele país.
"A Casa da Moeda será chamada a assegurar o acervo documental da Guiné-Bissau, algo que anunciarei durante a minha visita" aquele país, afirmou Augusto Santos Silva na cerimónia de lançamento do livro do seu secretário de Estado da Comunidades Portuguesas, José Luís Carneiro, intitulado "Valorizar os portugueses no Mundo", que decorreu hoje à tarde na Biblioteca da Imprensa Nacional, Casa da Moeda, em Lisboa.
O ministro destacou que a possibilidade de cooperação naquela área com a Guiné-Bissau surge precisamente após ter vindo da reunião de Conselho de Ministros dos Negócios Estrangeiros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que se realizou na passada semana na cidade do Mindelo, em Cabo Verde, onde a mobilidade esteve em debate.
A segurança dos documentos, sublinhou Santos Silva, "é importante para facilitar a mobilidade", referindo-se à proposta que se discute entre os nove estados-membros da CPLP para a livre circulação de pessoas.
O ministro dos Negócios Estrangeiros português inicia quinta-feira (25) uma visita à Guiné-Bissau, que termina no domingo (28), com uma agenda que prevê encontros com o Presidente da República, José Mário Vaz, e com o primeiro-ministro, Aristides Gomes.
Uma visita que, tal como Santos Silva, disse hoje de manhã aos jornalistas, tem o objetivo de retomar "o nível máximo" de cooperação com aquele país.
"A lógica é retomar o nível máximo de cooperação bilateral entre os dois países. Agora que a Guiné-Bissau tem um governo em plenitude de funções não há razão para que a cooperação continue a um nível inferior aquele que poderia ser", disse Augusto Santos Silva.
O chefe da diplomacia portuguesa, que falava esta manhã aos jornalistas à margem do 4.º Encontro da Rede de Ensino de Português no Estrangeiro, que decorre durante todo o dia em Lisboa, adiantou que, durante a deslocação, irá encontrar-se também com a Cooperação Portuguesa na Guiné-Bissau e manter "intenso trabalho" com a ministra dos Negócios Estrangeiros, Suzi Barbosa.
O Programa Estratégico Cooperação entre Portugal e a Guiné-Bissau para o período 2015-2020 tem um envelope financeiro indicativo de 40 milhões de euros e tem como prioridades a promoção da boa governação, estado de direito e direitos humanos, desenvolvimento sustentável e bens públicos globais.
A visita deverá servir igualmente para lançar as discussões sobre o futuro da cooperação entre os dois países após 2020 e a preparação do próximo programa estratégico.
O novo Governo da Guiné-Bissau foi nomeado pelo Presidente da República, José Mário Vaz, a 03 de julho, quase quatro meses depois das eleições legislativas de 10 de março e depois de a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) ter imposto um prazo.
Após nova intervenção da CEDEAO, o Presidente, que cumpriu cinco anos de mandato a 23 de junho, acabou por indicar Aristides Gomes primeiro-ministro do país.
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