Português em Estrasburgo: “Ouvi 5 tiros seguidos e vi pessoas a correr”
Chérif Chekatt foi abatido ao resistir à polícia quando foi apanhado a entrar em prédio.
A morte de Chérif Chekatt, de 29 anos, na quinta-feira à noite, trouxe tranquilidade a Estrasburgo - embora a presença de um grande dispositivo policial nas ruas seja ainda visível. O atirador foi morto por três agentes franceses, considerados heróis em toda a França.
A noite de terror não mais será esquecida por quem a viveu. "Estava com amigos e começámos a ouvir barulhos que agora sabemos que foram tiros. De repente ouvi cinco tiros seguidos. Na altura pareciam foguetes! Ao mesmo tempo havia muitas pessoas a correr", disse ao CM Ricardo Ramalho, português de 46 anos que estava junto ao mercado de Natal na noite de terça-feira.
"Quando se soube que era um atentado fecharam-nos num restaurante! A polícia não nos deixava sair. Só à uma da manhã", contou o português. "Estrasburgo ficou um caos! Ruas fechadas e autoestradas. Tivemos sorte por termos escapado ilesos", disse.
Também ontem foi atualizado o número de vítimas mortais. Um jornalista italiano não resistiu aos ferimentos. Um homem polaco está em morte cerebral. Mais de dez pessoas lutam pela vida.
Ontem à tarde foi feita no centro da praça Kléber uma cerimónia em memória das vítimas, com a presença de Emmanuel Macron.
Chérif foi abatido poucas horas antes da reabertura do mercado de Natal que ele próprio manchou de sangue ao abrir fogo sobre a multidão. Acabou detetado junto ao armazém em Neudorf onde esteve escondido.
Foi apanhado pela polícia a entrar num prédio, armado com um revólver com cinco munições e duas facas. Resistiu à abordagem. Os agentes não lhe deram, desta vez, hipótese de fuga. Abriram fogo e abateram-no.
PORMENORES
Presidente felicita heróis
Ontem de manhã, o presidente francês fez questão de felicitar os polícias que estiveram envolvidos na caça a Chérif, nos dois dias a seguir ao atentado.
Vários detidos
Os pais e dois irmãos do terrorista continuam sob custódia policial. Outras três pessoas, ligadas ao atirador, também estão detidas.
Ajuda a terrorista
Na investigação ao atentado terrorista, a polícia francesa quer agora apurar se Chérif Chekatt contou com alguma ajuda na fuga após o ataque.
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