Presidente da Ucrânia decreta lei marcial
Petro Poroshenko receia uma invasão a qualquer momento e quer reforçar tropas na fronteira.
O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, decretou esta segunda-feira a lei marcial por 30 dias para reforçar as defesas do país contra uma possível "invasão" russa.
A decisão foi tomada depois de no fim de semana a Rússia apreender dois navios de guerra ucranianos e um rebocador no estreito de Kerch, que separa a Crimeia da Rússia continental e dá acesso ao mar de Azov e à costa sudeste da Ucrânia.
"Tenho informações de espionagem que descrevem as forças inimigas colocadas a apenas dezenas de quilómetros da nossa fronteira, prontas para uma invasão a qualquer momento", afirmou Poroshenko antes de o parlamento ucraniano votar e aprovar a lei marcial, que permite colocar a postos as Forças Armadas e reforçar os meios militares no leste do país, ocupado por forças pró-russas desde 2014, ano em que a Rússia ocupou também a Crimeia.
A Rússia nega ter violado a lei internacional e acusa a Ucrânia de conspirar, com os EUA e a UE, para justificar mais sanções à Rússia.
O serviço de espionagem russo FSB afirmou, entretanto, que os navios ucranianos entraram em águas territoriais russas e ignoraram disparos de aviso, forçando as embarcações de patrulha russas a disparar e ferir marinheiros ucranianos.
Os barcos ucranianos foram apreendidos e 24 marinheiros estão detidos.
Lavrov acusa EUA de agravarem tensões
O Kremlin defende que a apreensão de navios ucranianos no domingo respeitou todas as leis internacionais pois, afirma, os navios ucranianos entraram ilegalmente em águas territoriais da Rússia.
PORMENORES
NATO faz apelo à Rússia
O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, instou a Rússia a libertar os navios ucranianos apreendidos e os marinheiros detidos junto à Crimeia.
Merkel preocupada
A chanceler Angela Merkel manifestou preocupação com as tensões na Ucrânia e alertou para a urgência de travar uma escalada militar.
EUA condenam Moscovo
A embaixadora dos EUA na ONU, Nikki Haley, condenou a "arrogância" russa e a "violação ofensiva da soberania da Ucrânia".
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