‘Protegida’ sucede a Merkel

Delegados da União Democrata-Cristã só na votação decisiva escolheram a sucessora da chanceler, numa vitória por apenas 35 votos.

08 de dezembro de 2018 às 12:32
Annegret Kramp-Karrenbauer com Merkel Foto: Getty Images
Annegret Kramp-Karrenbauer com Merkel Foto: Getty Images
Annegret Kramp-Karrenbauer com Merkel Foto: Getty Images
Annegret Kramp-Karrenbauer Foto: Getty Images
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A União Democrata-Cristã da Alemanha (CDU) elegeu ontem Annegret Kramp-Karrenbauer para suceder a Angela Merkel na liderança do partido e como provável candidata conservadora à chefia do governo alemão em 2021.

Kramp-Karrenbauer era a ‘protegida’ da chanceler, com quem é comparada, havendo quem a considere quase um ‘clone’ da líder que há 13 anos é o rosto da política alemã e europeia.

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A ‘mini-Merkel’, como também é apodada, foi eleita somente à segunda votação, à qual passou com Friedrich Merz, o candidato preferido pelo ex-ministro das Finanças Wolfgang Schäuble e por outros influentes barões do partido.

O terceiro candidato, o ministro da Saúde de Merkel, Jens Spahn, foi eliminado na primeira votação, com 157 votos entre os 1001 delegados da CDU.

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A vitória da herdeira de Merkel, que colheu 517 votos na votação decisiva, significa que a CDU preferiu a continuidade à mudança que propunha Merz, que recebeu 482 votos.

Uma das propostas de Merz era alterar a política de acolhimento de imigrantes, uma das que mais críticas valeu a Merkel, para ir buscar votos aos extremistas da AfD.

"Tenho lido muito sobre quem sou e como sou: ‘mini’, uma cópia, ou apenas ‘mais do mesmo’. Caros delegados, estou ante vós tal como sou e como a vida me fez e sinto orgulho nisso", afirmou Kramp-Karrenbauer, pegando de frente nos estereótipos com que os críticos têm tentado diminuí-la.

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A nova líder da CDU, de 56 anos, foi eleita primeira-ministra do governo estadual do Sarre, em 2017, vitória muito elogiada por Merkel.

Entre as propostas que trouxe ao congresso do partido destacam-se a defesa do reforço das políticas sociais, proposta vista por muitos como demasiado próxima das do SPD, partido rival da CDU e parceiro de Merkel em três ‘grandes coligações’ de centro-direita.

Apenas o segundo dos quatro governos de Merkel não teve participação dos social-democratas.

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Adeus emocionado de Angela Merkel

"Foi um grande prazer e uma honra". Foi assim que Angela Merkel terminou o discurso com que encerrou 18 anos na chefia da CDU.

Os dez minutos de aplausos que se seguiram deixaram-na à beira das lágrimas. Mas o adeus ao partido não é o adeus à política, pois Merkel pretende concluir o mandato de chanceler, que termina em 2021.

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PORMENORES

Derrotado duas vezes

Em 2002 Friedrich Merz foi derrotado por Merkel na corrida à liderança da CDU, tendo-se afastado da política em 2009. Agora perde de novo, desta feita para a mulher considerada herdeira da chanceler.

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Uma Europa ‘alemã’

Na campanha para a liderança da CDU, Kramp-Karrembauer deixou claro que, para si, a defesa dos progressos da Europa estará sempre subordinada aos interesses da Alemanha.

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