Putin ameaça usar a força contra a NATO
Líder russo acusou o Ocidente pelo aumento de tensão após o fim da Guerra Fria e exigiu garantias de segurança.
O presidente russo ameaçou desencadear uma “resposta militar” se a Rússia se sentir ameaçada pela NATO. Em discurso endereçado esta terça-feira aos seus generais, Vladimir Putin reiterou a exigência de “garantias de segurança” da parte da Aliança Atlântica e acusou o Ocidente pela escalada de tensões na Europa desde o final da Guerra Fria.
“Por que razão expandiram a NATO e renunciaram aos tratados de mísseis? São eles os culpados por aquilo que se está a passar agora, pelo aumento de tensões na Europa”, afirmou, acrescentando: “Se continuarem nessa linha agressiva desencadearemos uma resposta militar técnica controlada e responderemos com firmeza a quaisquer iniciativas hostis.”
Recorde-se que a Rússia tem há várias semanas mais de 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia, acompanhados de artilharia e unidades de blindados. Apesar disso, Putin repetiu que não deseja soluções bélicas. “Conflitos armados e derramamento de sangue não são, de todo, algo que fôssemos escolher, não queremos tal cenário”, assegurou.
Embora sem referir a Ucrânia, negou dessa forma a intenção de invadir o país vizinho. Mas a resposta russa pode assumir outras formas, como, por exemplo, a colocação de mísseis em locais de onde possam atingir alvos na Europa.
NATO quer reunião no início do novo ano
A NATO afirmou esta terça-feira que espera iniciar um diálogo com a Rússia no início do próximo ano para abordar a tensão na fronteira com a Ucrânia. “Continuamos prontos para um diálogo relevante com a Rússia e pretendo convocar nova reunião do Conselho NATO-Rússia logo que possível no novo ano”, confirmou Jens Stoltenberg, secretário-geral da Aliança Atlântica. Este conselho foi criado em 2002 para facilitar contactos entre os rivais, mas devido às tensões crescentes reuniu-se pela última vez em 2019.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt