Quem é Abdesalem L., o suspeito do ataque em Bruxelas que dizia ser "combatente de Alá"
Homem, de 45 anos, partilhou vídeo nas redes sociais após matar duas pessoas a tiro.
Abdesalem L., o suspeito do ataque que vitimou duas pessoas em Bruxelas, na Bélgica, esta segunda-feira, assumiu num vídeo partilhado na rede social Facebook ser um "combatente de Alá". O homem confirma ser o autor dos crimes e destaca que se vingou "em nome dos muçulmanos", frisando que faz parte do grupo terrorista Daesh, avança o International.
"Amamos quem nos ama e odiamos quem nos odeia. Vivemos pela nossa religião e morremos pela nossa religião ", afirma o suspeito.
Abdesalem tinha 45 anos e era de nacionalidade tunisiana. Morreu esta terça-feira depois de ser neutralizado pela polícia belga, num café, em Schaerbeek.
"A arma com a qual os ataques foram cometidos foi encontrada esta manhã no local onde o homem foi detido", disse Verlinden à emissora VRT, citado pela Reuters.
O homem foi filmado, pouco antes das 19h desta segunda-feira, a perseguir várias pessoas na capital da Bélgica. Apresentava-se com um casaco cor de laranja fluorescente e um capacete branco enquanto perseguia dois indivíduos que acabaram por ser atingidos. Abdesalem L. também disparou contra um táxi, segundo a imprensa belga.
Várias testemunhas afirmam ter ouvido o suspeito a gritar "Allahu akbar" (Deus é grande, em português).
O suposto islamita desembarcou em Lampedusa num pequeno barco em 2011, garantiram esta terça-feira fontes oficiais citadas pela agência noticiosa italiana ANSA.
O tunisino, Abdesalem Lassoued, partiu para a Suécia depois de ter estado em Itália durante algum tempo, tendo sido posteriormente expulso de território sueco e regressado a solo italiano em 2016, quando foi sinalizado pela polícia de segurança DIGOS como "radicalizado", acrescentaram as fontes.
Lassoued tinha manifestado o desejo de se juntar à luta da 'jihad', tendo sido também monitorizado pelos serviços secretos italianos. Mais tarde, partiu para a Bélgica.
A conta de Facebook do suspeito, que está neste momento desativada, continha publicações relativas à guerra em Israel e a assassinatos de crianças. "Estamos a falar de um homicídio violento, mas se fosse uma criança cristã, estaríamos a falar de terrorismo", conseguia-se ler na publicação que fez acerca do assassinato de uma criança muçulmana de seis anos que foi morta por um homem americano de 71 anos, com 26 facadas.
O nível de ameaça na Bélgica foi elevado para três, exceto em Bruxelas que se mantém no quatro, o nível mais alto de ameaça.
"Após o tiroteio mortal no centro de Bruxelas, a OCAD eleva o nível de ameaça para Bruxelas para o nível 4. Isso significa que a ameaça é muito séria e iminente. Esses níveis de ameaça permanecerão em vigor até que tenhamos mais informações", disse o Órgão de Coordenação da Avaliação das Ameaças citado pelo Nieuws Blad.
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