Recuo de Macron não trava protestos dos "coletes amarelos"

Governo francês suspende aumento dos combustíveis por seis meses para tentar travar contestação.

05 de dezembro de 2018 às 01:30
Macron em Paris Foto: EPA
Macron em Paris Foto: EPA
Macron visita locais das manifestações violentas de Paris Foto: EPA
Macron em Paris Foto: EPA
Macron em Paris Foto: EPA
Protestos dos 'coletes amarelos' tornaram centro de Paris num 'campo de batalha' Foto: CMTV
Governo suspende aumento dos combustíveis após protestos dos 'coletes amarelos' Foto: CMTV
Caos e destruição provocados pelos protestos dos 'coletes amarelos' Foto: EPA
Caos e destruição provocados pelos protestos dos 'coletes amarelos' Foto: EPA
Caos e destruição provocados pelos protestos dos 'coletes amarelos' Foto: EPA
Caos e destruição provocados pelos protestos dos 'coletes amarelos' Foto: EPA

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O presidente francês Emmanuel Macron cedeu esta terça-feira a três semanas de protestos violentos contra o aumento dos preços dos combustíveis e mandou suspender a aplicação da medida por seis meses. No entanto, o recuo não convenceu os ‘coletes amarelos’, que prometem continuar com os protestos até à anulação dos aumentos.

"Não podemos ser cegos e surdos e ignorar a cólera das ruas. Os franceses que vestiram coletes amarelos querem que os impostos desçam e o seu trabalho seja recompensado. Isso também é o que nós queremos. Se não conseguimos convencer os franceses, algo tem de mudar", afirmou o primeiro-ministro Édouard Philippe ao anunciar o recuo do governo.

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"Não podemos colocar em causa a unidade da França por causa de um imposto", acrescentou o chefe do governo, que além da suspensão do aumento do preço dos combustíveis por seis meses, anunciou também o congelamento por igual período da subida dos preços do gás e da eletricidade e do endurecimento das regras das inspeções automóveis obrigatórias.

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No total, a suspensão das medidas irá custar ao Estado cerca de dois mil milhões de euros, que serão compensados por cortes na despesa.

O PM anunciou ainda que o governo quer aproveitar este período para "melhorar" as medidas e estudar outras formas de ajudar a classe média, a principal afetada pelos aumentos. Não deu, no entanto, qualquer indicação de que o executivo tenciona abdicar definitivamente dos aumentos, o que causou a fúria dos manifestantes, que exigem a anulação das medidas.

"O governo oferece-nos migalhas quando nós queremos a baguete inteira", afirmou um dos porta-vozes dos ‘coletes amarelos’, Benjamin Cauchy, admitindo que as medidas anunciadas são "insuficientes" e não irão travar os protestos.

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PORMENORES 

Subida de 6 e 3 cêntimos

O plano do governo previa o aumento de seis cêntimos no gasóleo e 3 cêntimos na gasolina a partir de 1 de janeiro. Já tinham aumentado, respetivamente, 7,6 e 3,9 cêntimos este ano.

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Subida do gás e da luz

O aumento previsto no gás e na eletricidade era de 2,3% em janeiro e 3,3% no ano seguinte. A luz subiu 35% na última década e o gás triplicou de preço.

Inspeções mais rigorosas

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O governo prometera ainda endurecer as inspeções automóveis, visando principalmente os carros a diesel mais antigos.

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