Reinício de testes nucleares pelos EUA lança nova corrida às armas

Decisão de Donald Trump de retomar os ensaios nucleares pode levar outros países a abandonarem moratória. Rússia já avisou que vai responder “em conformidade”.

03 de novembro de 2025 às 01:30
EUA tensionam retomar testes nucleares Foto: Getty Images
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O Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo já tinha avisado em junho que o Mundo “estava à beira de uma nova corrida às armas nucleares”, e Donald Trump parece agora ter dado o ‘tiro de partida’ ao anunciar que os EUA iam retomar os ensaios nucleares após mais de três décadas. É o regresso à Guerra Fria?

O último ensaio nuclear dos EUA ocorreu em setembro de 1992, no mandato de George H. W. Bush, o mesmo Presidente que, meses mais tarde, anunciou uma moratória que se prolongou até hoje e que foi seguida por todas as potências nucleares com exceção da Coreia do Norte, que foi o único país a detonar armas nucleares este século.

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Donald Trump diz que decisão visa responder aos recentes testes nucleares de “outros países”, referindo, nomeadamente, o crescimento exponencial do arsenal nuclear chinês nos últimos anos e os testes de novos mísseis com capacidade nuclear conduzidos no mês passado pela Rússia. Nenhum destes países realizou, no entanto, qualquer teste nuclear propriamente dito, ou seja, envolvendo a detonação de uma ogiva nuclear, pelo que não ficou clara qual a intenção de Trump.

Vários analistas já avisaram, porém, que uma eventual retomada do testes nucleares por parte dos EUA poderá criar um efeito ‘bola de neve’, com as principais potências nucleares a seguirem o exemplo norte-americano. O Kremlin já avisou, por exemplo, que, se os EUA retomarem os ensaios nucleares, a Rússia “responderá em conformidade”.

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