Revolta incendeia ruas de Ferguson
Decisão de ilibar polícia branco que matou jovem negro origina nova onda de protestos violentos. Mais de 80 detidos após noite de confrontos.
Uma onda de protestos violentos regressou ao estado norte-americano de Missouri depois do grande júri ter decidido não acusar o agente da polícia Darren Wilson pela morte do jovem negro Michael Brown, em agosto passado.
Em St. Louis e Ferguson, vários edifícios e veículos foram incendiados pelos manifestantes, que também saquearam lojas. A polícia de choque reagiu com gás lacrimogéneo e canhões de água e, apesar de não haver registo de feridos, mais de 80 pessoas foram detidas. Segundo o chefe da polícia de St. Louis – cidade de maioria negra –, estes últimos motins foram "bem piores" do que aqueles que eclodiram após a morte o jovem de 18 anos. Face à dimensão dos protestos, que alastraram a Nova Iorque, Chicago, Seattle e Los Angeles, entre outras cidades, o presidente Barack Obama pediu manifestações pacíficas e apelou à polícia para atuar com "cuidado e moderação".
Também a família de Michael Brown condenou os protestos violentos, apesar de se mostrar "profundamente dececionada com a decisão do grande júri".
O caso remonta a 9 de agosto, quando Brown foi morto pela polícia, apesar de estar desarmado. O rapaz terá roubado cigarros numa loja e reagido com violência à abordagem policial. Mas testemunhas afirmaram que tinha as mãos no ar quando foi atingido por sete tiros, o último dos quais na cabeça.
Segundo o promotor Bob McCulloch, foram as inconsistências no depoimento das mais de 60 testemunhas que levaram o grande júri – formado por três cidadãos negros e noves brancos – a decidir não acusar Wilson. O polícia alegou ter sido empurrado e esmurrado por Brown, que tentou tirar-lhe a arma, tendo por isso disparado em legítima defesa.
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