Salvini precipita nova crise política em Itália
Ministro do Interior quer derrubar a coligação de governo que integra e forçar novas eleições já em outubro.
O polémico líder da extrema-direita e ministro do Interior italiano, Matteo Salvini, precipitou ontem uma crise política ao avançar com uma moção de censura ao primeiro-ministro Giuseppe Conte.
A iniciativa apanhou a Itália de surpresa, desde logo porque Salvini tem sido um dos principais rostos das políticas do governo e porque, até há bem pouco tempo, garantia que a coligação com o Movimento 5 Estrelas (M5S), no poder há 14 meses, resistiria até ao final dos cinco anos de mandato.
"Demasiados ‘nãos’ estão a prejudicar a Itália, que precisa de recuperar a senda do crescimento. Por isso é preciso ir de novo às urnas o mais depressa possível", afirmou Salvini, acusando o M5S de entravar as políticas necessárias ao país.
Após semanas de tensão, a gota de água terá sido a recusa do M5S de votar a favor da construção de uma linha ferroviária de alta velocidade nos Alpes, entre Itália e França. Outros apontam, também, as mais recentes sondagens, que colocam a Liga, partido de Salvini, com mais do dobro das intenções de voto do M5S. Essa vantagem pode colocá-lo na chefia de um novo governo.
Agosto é tempo de férias parlamentares, mas Salvini chamou os deputados da Liga e está a pressionar o parlamento a votar a moção na próxima semana. Se isso acontecer, poderá haver eleições em outubro. Contudo, a última palavra cabe ao presidente, Sergio Mattarella, único com poderes para dissolver o parlamento.
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