Sociedade civil considera incêndio ao Canal de Moçambique atentado à liberdade de imprensa

Canal de Moçambique é um dos principais semanários do país e tem-se destacado por trabalhar em matérias como corrupção e governação.

24 de agosto de 2020 às 10:46
Rua de Maputo, em Moçambique Foto: Getty Images
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O Centro para a Democracia e Desenvolvimento (CDD), organização da sociedade civil moçambicana, considerou hoje um "atentado contra a liberdade de imprensa" o incêndio, provocado por fogo posto, na redação do Canal de Moçambique.

A redação do semanário Canal de Moçambique, localizada no centro de Maputo, ficou destruída, quando desconhecidos atearam fogo na noite de domingo, disse hoje à Lusa o editor da publicação, André Mulungo.

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Em comunicado divulgado hoje, o CDD condenou veementemente o "atentado contra a liberdade de imprensa" e classificou como "malfeitores" os autores do incêndio.

"Este atentado representa um duro golpe contra a liberdade de imprensa, um dos fundamentos da democracia", refere a nota.

O CDD, prossegue o comunicado, exige uma investigação séria e profunda sobre este atentado contra a democracia.

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O incêndio atingiu a estrutura de produção do semanário Canal de Moçambique e do jornal "online" CanalMoz, pertencente à mesma sociedade de media.

O CDD assinala que desconhecidos "regaram todos os móveis e computadores com combustível, reduzindo a cinzas todos os bens que se encontravam nas instalações".

O editor do Canal de Moçambique disse à Lusa que o caso foi remetido à 6.ª Esquadra da Polícia da República de Moçambique em Maputo, mas as autoridades ainda não se manifestaram sobre o caso.

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A Lusa ainda não conseguiu obter um pronunciamento das autoridades sobre o assunto.

O Canal de Moçambique é um dos principais semanários do país e tem-se destacado por trabalhar em matérias como corrupção e governação.

O jornal já foi várias vezes alvo de processos judiciais por alegada calúnia e o seu diretor-executivo, Matias Guente, foi recentemente intimado pela Procuradoria-Geral da República para responder a perguntas sobre textos que o semanário escreveu envolvendo contratos na área de segurança entre o Governo e as multinacionais petrolíferas que operam na província de Cabo Delgado, norte de Moçambique.

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