Supremo do Brasil concede liberdade ao presidente do partido de Bolsonaro devido à idade
Valdemar da Costa Neto foi um dos alvos da operação da Polícia Federal contra suspeitos de planear um golpe de Estado em 2022.
O Supremo Tribunal Federal (STF) brasileiro concedeu na noite deste sábado, 10 de fevereiro, liberdade provisória ao presidente do Partido Liberal (PL, de Jair Bolsonaro), Valdemar da Costa Neto, preso quinta-feira durante uma operação da Polícia Federal. A decisão foi do juiz Alexandre de Moraes, responsável no STF pelas investigações sobre ataques às instituições e ao regime democrático de que Bolsonaro e aliados são suspeitos.
Valdemar da Costa Neto foi um dos alvos da operação da Polícia Federal desencadeada contra militares, ex-ministros e assessores de Jair Bolsonaro suspeitos de em 2022 terem planeado dar um golpe de Estado para manter o então presidente no cargo após ele ter perdido as presidenciais desse ano para Lula da Silva. Contra Valdemar havia somente mandado de busca e apreensão, mas, ao revistarem o apartamento dele em Brasília, os agentes encontraram uma arma ilegal e uma pepita de ouro sem origem declarada, e o presidente do Partido Liberal, o maior do Congresso brasileiro, foi preso em flagrante.
Esta sexta-feira, quando Valdemar e os outros três presos na operação lhe foram presentes, como determina a lei, o próprio Alexandre de Moraes confirmou e manteve a prisão de todos, inclusive do veterano político, transformando-a de flagrante para preventiva, ou seja, sem data para terminar. Mas o magistrado atendeu este sábado a recursos dos advogados de Valdemar e concedeu-lhe a liberdade devido à idade do presidente do PL, que tem 74 anos, e porque os crimes pelos quais foi preso dois dias antes não incluiram qualquer tipo de violência ou ameaça à sociedade.
Após a soltura do presidente do partido de Bolsonaro, continuam presos outros três aliados do antigo presidente, que também teve a residência revistada pelos federais. Felipe Martins, ex-assessor para assuntos internacionais da presidência no mandato de Jair Bolsonaro, o coronel Marcelo Câmara, que foi ajudante-de-ordens, e o tenente-coronel Rafael Martins, membro das forças especiais do Exército, todos suspeitos, como Valdemar, que vai aguardar a tramitação do processo em liberdade, de participarem no plano que visava uma ruptura democrática e que, segundo relatório da Polícia Federal, só não foi concretizado porque no último momento o alto comando das Forças Armadas se dividiu e decidiu não aderir à intentona.
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