Supremo do Brasil concede liberdade ao presidente do partido de Bolsonaro devido à idade

Valdemar da Costa Neto foi um dos alvos da operação da Polícia Federal contra suspeitos de planear um golpe de Estado em 2022.

10 de fevereiro de 2024 às 22:49
Valdemar da Costa Neto Foto: Instagram/Valdemar da Costa Neto
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O Supremo Tribunal Federal (STF) brasileiro concedeu na noite deste sábado, 10 de fevereiro, liberdade provisória ao presidente do Partido Liberal (PL, de Jair Bolsonaro), Valdemar da Costa Neto, preso quinta-feira durante uma operação da Polícia Federal. A decisão foi do juiz Alexandre de Moraes, responsável no STF pelas investigações sobre ataques às instituições e ao regime democrático de que Bolsonaro e aliados são suspeitos.

Valdemar da Costa Neto foi um dos alvos da operação da Polícia Federal desencadeada contra militares, ex-ministros e assessores de Jair Bolsonaro suspeitos de em 2022 terem planeado dar um golpe de Estado para manter o então presidente no cargo após ele ter perdido as presidenciais desse ano para Lula da Silva. Contra Valdemar havia somente mandado de busca e apreensão, mas, ao revistarem o apartamento dele em Brasília, os agentes encontraram uma arma ilegal e uma pepita de ouro sem origem declarada, e o presidente do Partido Liberal, o maior do Congresso brasileiro, foi preso em flagrante.

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Esta sexta-feira, quando Valdemar e os outros três presos na operação lhe foram presentes, como determina a lei, o próprio Alexandre de Moraes confirmou e manteve a prisão de todos, inclusive do veterano político, transformando-a de flagrante para preventiva, ou seja, sem data para terminar. Mas o magistrado atendeu este sábado a recursos dos advogados de Valdemar e concedeu-lhe a liberdade devido à idade do presidente do PL, que tem 74 anos, e porque os crimes pelos quais foi preso dois dias antes não incluiram qualquer tipo de violência ou ameaça à sociedade.

Após a soltura do presidente do partido de Bolsonaro, continuam presos outros três aliados do antigo presidente, que também teve a residência revistada pelos federais. Felipe Martins, ex-assessor para assuntos internacionais da presidência no mandato de Jair Bolsonaro, o coronel Marcelo Câmara, que foi ajudante-de-ordens, e o tenente-coronel Rafael Martins, membro das forças especiais do Exército, todos suspeitos, como Valdemar, que vai aguardar a tramitação do processo em liberdade, de participarem no plano que visava uma ruptura democrática e que, segundo relatório da Polícia Federal, só não foi concretizado porque no último momento o alto comando das Forças Armadas se dividiu e decidiu não aderir à intentona.

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