Tensão entre Japão e China penaliza retalhistas e setor do turismo na Bolsa de Tóquio

Empresas japonesas de retalho, como a Fast Retailing, ou a empresa de cosméticos Shiseido, bem como outras relacionadas com o turismo, registaram fortes quedas.

17 de novembro de 2025 às 08:00
Principal indíce na Bolsa de Tóquio caiu 0,1% Foto: Direitos Reservados
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A bolsa de Tóquio fechou esta segunda-feira em terreno negativo, com o principal índice, o Nikkei, a perder 0,10% para 50.323,91 pontos.

O segundo indicador, o Topix, encerrou a sessão a cair 0,37% para 3.347,53 pontos.

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Empresas japonesas de retalho, como a Fast Retailing, ou a empresa de cosméticos Shiseido, bem como outras relacionadas com o turismo, registaram fortes quedas na Bolsa de Tóquio devido à tensão entre o Japão e a China.

A Shiseido chegou a estar a cair 11% na abertura do Nikkei, que reúne as 225 ações mais representativas do mercado, e fechou com uma queda de 9,08%.

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O papel da Fast Retailing, que controla a Uniqlo, terminou o dia com perdas de 4,83%. As retalhistas Isetan Mitsukoshi e Muji registaram também quedas (-11,33% e 9,64% respetivamente), em pleno clima de tensão bilateral entre Tóquio e Pequim

No caso da Muji, o anúncio na sexta-feira de que dados dos seus clientes online poderão ter sido comprometedidos na sequência de um ataque cibernético à plataforma de comércio eletrónico Askul poderá também ter pesado no desempenho do título.

As ações de empresas relacionadas com o turismo também caíram, como foi o caso da Oriental Land, que gere os maiores parques temáticos da capital japonesa, Tokyo Disneyland e Disney Sea, que caiu 5,76 %.

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O setor nipónico do turismo foi particularmente afetado pela recomendação pela China, durante o fim de semana, para que os seus cidadãos não viajassem para o arquipélago, alegando uma deterioração do ambiente de segurança para os cidadãos chineses, e propondo-se mesmo a restituir o dinheiro já investido em viagens com destino ao Japão.

A tensão entre Tóquio e Pequim tem aumentado nas últimas semanas, depois de a primeira-ministra japonesa, Sanae Takaichi, ter sugerido --- há pouco mais de uma semana perante o Parlamento --- que um ataque militar da China a Taiwan poderia justificar a intervenção das Forças de Autodefesa japonesas.

Para Pequim, as declarações de Sanae Takaichi constituem uma "grave ingerência" nos assuntos internos chineses.

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O índice Nikkei reflete a média não ponderada dos 225 principais valores da bolsa de Tóquio, enquanto o indicador Topix agrupa os valores das 1.600 maiores empresas cotadas

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