‘Terceira via’ é cada vez mais uma miragem no Brasil
Crescente polarização da corrida entre Bolsonaro e Haddad afasta candidatos do centro da segunda volta.
A menos de uma semana da primeira volta das eleições presidenciais no Brasil, a chamada ‘terceira via’, uma alternativa ao radicalismo de direita de Jair Bolsonaro e de esquerda de Fernando Haddad, parece cada vez mais uma miragem. Os seus maiores expoentes, Ciro Gomes, Geraldo Alckmin e Marina Silva, a cada semana perdem mais terreno e ficam mais distantes da segunda volta.
Na fase inicial da campanha, com a impugnação da candidatura do ex-presidente Lula da Silva, até aí o grande favorito, e o atraso na sua substituição pelo apagado Fernando Haddad, Ciro, Alckmin e Marina ganharam força e acreditaram que um deles estaria na segunda volta com Bolsonaro, que passou a liderar as sondagens na ausência de Lula. Haddad, que nas melhores projeções tinha 8%, não assustava e todos os institutos de sondagens estimavam que Bolsonaro, apesar de virtual vencedor da primeira volta, perderia para qualquer um dos três na segunda ronda.
Só que a força eleitoral de Lula e do Partido dos Trabalhadores, de que muitos duvidavam, surpreendeu e Haddad começou a subir vertiginosamente nas sondagens assim que foi oficialmente confirmado como substituto de Lula, atingindo, segundo a última sondagem DataFolha, 22% das intenções de voto, enquanto Bolsonaro consolidou o seu favoritismo e subiu para 28%. Já Ciro Gomes, que segundo as sondagens venceria qualquer adversário, incluindo Bolsonaro e Haddad, se conseguisse chegar à segunda volta e por várias semanas esteve em segundo, foi ultrapassado por Haddad e hoje surge com 11%, o mesmo tendo acontecido com Alckmin, que apesar de ser o candidato apoiado pelo maior número de partidos não passa dos 10% e, principalmente, com Marina Silva, que chegou a ter 16% há alguns meses e agora não passa dos 5%.
PORMENORES
Bolsonaro desconfia
A subida vertiginosa de Haddad nas sondagens causou desconfiança a Bolsonaro, que alega que as pesquisas estão a ser manipuladas pelo PT e já ameaçou não reconhecer os resultados eleitorais.
Confusão no avião
Bolsonaro, que no sábado deixou o hospital de São Paulo onde esteve internado após ser esfaqueado num comício, esteve na origem de uma confusão a bordo do avião em que regressou ao Rio, quando os guarda- –costas pediram a vários passageiros para trocarem de lugar por razões de segurança.
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