Tragédia em paquete de luxo (COM VÍDEOS)

Onze portugueses, incluindo um casal a residir na Suíça que ficou ligeiramente ferido, sobreviveram ao naufrágio do navio de cruzeiro ‘Costa Concordia’, junto à ilha italiana de Giglio, que vitimou pelo menos três pessoas e deixou desaparecidas quatro dezenas. O drama e o caos vividos por milhares de passageiros, na noite de sexta-feira, trouxe à memória a tragédia do ‘Titanic’.

15 de janeiro de 2012 às 01:00
NAVIO, ITÁLIA, NAUFRÁGIO, CAPITÃO, PORTUGUESES Foto: Maurizio Degl’Innocenti/Epa
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"Quando estávamos a jantar, pelas 21h30, sentimos o navio adornar para a esquerda e escutámos uma pancada da quilha em rocha", contou ao CM o jornalista Rui Almeida, que seguia a bordo com a mulher. "As luzes apagaram-se e pratos e talheres resvalaram e partiram-se, o que gerou pânico. Depois, adornou de forma ainda mais violenta para a direita", contou, dizendo que o navio estava a 200 metros da ilha de Giglio, numa rota demasiado próxima de terra. "A tripulação falou de avaria eléctrica e só uma hora depois mandou evacuar", afirmou Rui Almeida.

Milhares escaparam em botes salva-vidas, enquanto equipas de resgate retiraram do Mediterrâneo 150 pessoas que saltaram borda fora. Ontem havia ainda 40 desaparecidos.

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"PENSO QUE FOI ERRO HUMANO"

"Penso que foi erro humanos", adiantou Rui Almeida, jornalista português que sobreviveu ao naufrágio. "Ainda que tenha havido falha técnica, como se disse, qualquer pessoa via que estávamos demasiado perto de terra", afirmou, considerando que o comandante demorou excessivamente até dar a ordem de evacuação.

CAPITÃO DETIDO POR HOMICÍDIO

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A Justiça italiana ordenou a detenção do capitão do ‘Costa Concordia', Francesco Schettino, sob acusações de homicídio múltiplo, naufrágio e abandono do navio. Passageiros revelaram que a tripulação os abandonou, que o capitão "mentiu" e que os tripulantes não "faziam ideia de como evacuar o navio".

FIM DO 'INFUNDÁVEL' TITANIC FOI HÁ 100 ANOS

O naufrágio do ‘Costa Concordia' aconteceu numa sexta--feira 13 a pouco mais de três meses do centenário da tragédia do ‘Titanic', a 15 de Abril.

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Corria o ano de 1912 e o emblemático transatlântico operado pela White Star Line fazia a viagem inaugural.

Depois de deixar orgulhosamente os estaleiros de Belfast, a fortaleza dos mares partiu de Southampton, em Inglaterra, rumo a Nova Iorque, EUA, com 2240 pessoas a bordo. Dessas, 1523 não sobreviveram. O navio, o maior da altura para transporte de passageiros, tinha somente barcos de salva-vidas para pouco mais de mil pessoas.

Quando, na manhã de 15 de Abril, o navio embateu num icebergue, 640 km a sul da Terra Nova, poucos conseguiam acreditar que era o fim do navio "inafundável". O naufrágio originou lendas e filmes para todos os gostos e forçou mudanças no direito marítimo.

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