Trump responsabiliza democratas 'kamikazes' por impasse orçamental

Estados Unidos completaram no sábado um mês de paralisação governamental, pelo que 1,4 milhões de funcionários federais estão sem salário há um mês.

05 de novembro de 2025 às 14:48
Donald Trump Foto: Mark Schiefelbein/AP
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O Presidente norte-americano, Donald Trump, responsabilizou esta quarta-feira os democratas, que qualificou como 'kamikazes' (suicidas), pela mais longa paralisação orçamental nos Estados Unidos e apelou aos republicanos para avançarem com firmeza no Congresso.

"Esses tipos são 'kamikazes'. Destruirão o país se for preciso", afirmou Trump na Casa Branca, a sede da presidência, em Washington DC, perante senadores republicanos, segundo a agência de notícias France-Presse (AFP).

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A paralisação entrou hoje no 36.º dia e tornou-se a mais longa de sempre nos Estados Unidos, com 1,4 milhões de funcionários federais sem salário, cortes em programas federais, atrasos em voos e encerramento de creches.

O recorde anterior, de 35 dias, também pertencia a Trump e ocorreu no primeiro mandato, em 2019, quando exigiu financiamento para construir o muro na fronteira com o México, que não obteve.

Trump voltou a pedir hoje aos senadores do seu partido para que eliminem a regra do "filibuster", que exige uma maioria de 60 votos para aprovar um projeto de lei orçamental, o que permitiria contornar o bloqueio democrata.

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"Temos de reabrir o Governo o quanto antes", disse hoje aos senadores republicanos na Casa Branca, também citado pela agência de notícias norte-americana The Associated Press (AP).

A questão dos subsídios para a saúde está no centro do impasse no Congresso entre republicanos e democratas, que não conseguiram chegar a acordo sobre a aprovação de um novo orçamento.

Embora os republicanos detenham a maioria de 53-47 no Senado (câmara alta do Congresso), são necessários votos de democratas para chegar aos 60 necessários para aprovar o orçamento.

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Um projeto de lei da Câmara dos Representantes (câmara baixa), promovido pelos republicanos para permitir o financiamento temporário do Governo federal, tem sido sucessivamente reprovado no Senado desde o início de outubro.

Trump considerou o atual impasse com um "grande fator negativo" que contribuiu para as derrotas eleitorais do Partido Republicano na terça-feira.

Há expectativas de que o bloqueio político se desfaça quando os resultados eleitorais forem totalmente apurados nas eleições de terça-feira, consideradas um barómetro da opinião pública sobre o segundo mandato de Trump.

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Os democratas venceram várias disputas importantes, o que deverá alterar o equilíbrio político dentro do partido, dividindo-o entre os que querem continuar a lutar pelos fundos de saúde e os que desejam encerrar o impasse.

Trump mantém-se firme na recusa de negociar com os democratas sobre os subsídios de saúde até que aceitem reabrir o Governo, mas os opositores duvidam das suas intenções, sobretudo após restrições impostas ao apoio alimentar.

O líder republicano tem estado afastado do diálogo, mas não tem sido o único a evitá-lo, dado que o presidente da Câmara dos Representantes, Mike Johnson, enviou os deputados para casa em setembro, recusando novas negociações.

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O secretário dos Transportes, Sean Duffy, alertou para um possível caos aéreo na próxima semana, caso os controladores de tráfego aéreo falhem outro pagamento, e os sindicatos têm pressionado o Congresso para reabrir o Governo.

O líder da maioria no Senado, John Thune, afirmou que os Estados Unidos estão a viver não só a mais longa, mas também "a mais grave paralisação orçamental de que há registo".

Thune apelou aos democratas para que aceitem votar a questão do financiamento da saúde e continuar as negociações após a reabertura do Governo, argumentando que "ninguém sai vencedor" do impasse.

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"As paralisações são estúpidas", disse o senador, segundo a AP.

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