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Trump só aprova verbas para ajuda alimentar quando paralisação do governo terminar

Programa de assistência alimentar dos EUA está suspenso desde o dia 1 de outubro, sendo que cerca de 42 milhões de norte-americanos dependem destes benefícios.

04 de novembro de 2025 às 18:38

O Presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou esta terça-feira que não vai autorizar o pagamento do subsídio de ajuda alimentar a milhões de cidadãos até que os democratas levantem a paralisação do Governo federal, que começou a 01 de outubro.

"Só será dado [o apoio] quando os democratas de esquerda radical abrirem o Governo, o que eles podem facilmente fazer, e não antes!", escreveu Trump na sua rede social Truth Social.

Também conhecido como 'SNAP', o principal programa público de assistência alimentar dos Estados Unidos está suspenso e cerca de 42 milhões de norte-americanos dependem destes benefícios.

A administração Trump alega que este programa público ficou sem fundos devido ao 'shutdown', a paralisação orçamental que dura há mais de um mês porque democratas e republicanos não conseguiram chegar a acordo sobre o financiamento do Governo federal.

Trump culpou esta terça-feira o ex-presidente democrata Joe Biden de fazer aumentar a despesa com os benefícios alimentares, argumentando que tais apoios foram "entregues ao acaso a qualquer pessoa que os pedisse, em vez de apenas aos necessitados".

Esta ameaça de Trump surge um dia depois do anúncio de que a administração republicana iria utilizar um fundo de emergência para financiar metade dos subsídios alimentares de que depende cerca de 12% da população norte-americana e que estão congelados desde sábado.

Caso o 'shutdown' não termine até quarta-feira, esta paralisação governamental será a mais longa da história dos Estados Unidos, com o recorde atual a pertencer a outra paralisação que ocorreu durante o primeiro mandato de Trump, em 2019, que durou 35 dias.

No Congresso norte-americano, democratas e republicanos mostraram-se até agora incapazes de chegar a um acordo sobre um novo orçamento e culpam-se mutuamente pela situação.

Trump garantiu na sexta-feira que estava pronto para libertar os fundos necessários caso os tribunais assim decidissem, afirmando que não queria que "os americanos passem fome".

O congressista Hakeem Jeffries, líder da minoria democrata na Câmara dos Representantes (câmara baixa do Congresso), acusou no domingo Donald Trump e o Partido Republicano de "explorarem a fome" dos 42 milhões de beneficiários do 'SNAP'.

Milhões de pessoas correm o risco de perder o auxílio destinado à alimentação, os subsídios para assistência médica estão prestes a expirar e as negociações entre os partidos para pôr fim à atual situação são quase inexistentes.

A atual paralisação acontece devido à falta de acordo entre republicanos e democratas para aprovar no Congresso uma extensão orçamental que permitiria continuar a financiar as operações da administração federal.

Os democratas reivindicam o aumento de algumas verbas destinadas à saúde, enquanto os republicanos os acusam de tentar expandir os serviços de saúde para imigrantes indocumentados, algo que a oposição nega.

A última paralisação dos serviços federais ocorreu durante o primeiro mandato presidencial de Donald Trump (2017-2021) e esteve relacionada com as verbas exigidas pelo governante para financiar a construção de um muro na fronteira entre os Estados Unidos e o México.

Durou 35 dias, entre 22 de dezembro de 2018 e 25 de janeiro de 2019, e foi a paralisação mais longa da história dos Estados Unidos.

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