UE condena perseguições a jornalistas na Bielorrússia
Em causa novo processo contra uma repórter em Minsk.
A União Europeia (UE) considerou esta sexta-feira "inaceitável" a perseguição e intimidação a jornalistas na Bielorrússia, reagindo a um novo processo contra uma repórter em Minsk.
"Estamos a assistir a esta intimidação contínua que se intensificou esta semana, não só com a condenação de Katerina e Daria [duas jornalistas], mas também por buscas nas casas de ativistas e membros da sociedade civil, defensores dos direitos humanos, sindicatos e uma série de jornalistas. Mais uma vez, isto é inaceitável", disse, na conferência de imprensa diária da Comissão Europeia, o porta-voz para a política externa, Peter Stano.
Duas jornalistas bielorrussas foram condenadas na quinta-feira a dois anos de prisão por terem participado, com o seu trabalho de cobertura jornalística, no movimento de protesto de 2020 na Bielorrússia, informou o canal Belsat.
Daria Tchoultsova e Katerina Bakhvalova, correspondentes deste canal da oposição com base na Polónia, foram presas pela tropa de choque em 15 de novembro, num apartamento de onde tinham filmado a violenta dispersão de uma manifestação em homenagem a um ativista da oposição morto alguns dias antes.
As duas repórteres, de 23 e 27 anos, estavam acusadas de "organização e preparação de ações que constituem um grave atentado à ordem pública".
"Condenamos todos os ataques contra a imprensa. Pedimos às autoridades que deixem de visar os meios de comunicação social e lhes permitam fazer o seu trabalho, porque Katerina e Daria foram de facto condenadas por fazerem o seu trabalho, o seu trabalho como jornalistas", insistiu o porta-voz.
"Este é apenas mais um passo das autoridades bielorrussas para tentar restringir o livre fluxo de informação", disse ele.
As ações de Minsk serão discutidas na segunda-feira pelos ministros dos Negócios Estrangeiros da UE, em Bruxelas, num encontro presencial.
A UE já adotou sanções ao Presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, o seu filho e 53 dos seus colaboradores, incluindo vários ministros e chefes de polícia considerados responsáveis pela repressão do movimento de protesto contra as eleições presidenciais de 09 de agosto, contestadas pelos 27 Estados-membros.
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