Venezuelanos em fuga travados na fronteira
Dias depois do Equador tomar medida semelhante, o governo peruano começou a impedir a entrada de migrantes sem passaporte.
O drama vivido por milhares de refugiados que fogem da crise na Venezuela para países vizinhos viu-se dificultada este sábado por uma nova barreira.
O Peru colocou em vigor uma norma que proíbe os migrantes de entrarem no país apenas com o cartão de identidade. Na semana passada o Equador adotou uma medida idêntica, exigindo a apresentação do passaporte, documento que a maioria dos venezuelanos em fuga não possui.
O Peru frisou que esta medida de restrição de entradas não se aplica a crianças, grávidas e idosos. O primeiro-ministro peruano, César Villanueva, negou mesmo que a exigência de passaporte seja uma forma "de fechar a porta" aos migrantes, mas a verdade é que a medida foi adotada perante o aumento do número de chegadas à fronteira. A situação agravou-se nos últimos dias, depois de o Equador criar um "corredor humanitário", levando os migrantes em autocarros até à fronteira peruana.
Na sexta-feira, mais de 2500 pessoas inundaram a pequena fronteira de Aguas Verdes e nas últimas semanas cerca de 3000 pessoas têm entrado no Peru em Tumbes.
A ONU criou uma equipa especial para coordenar a resposta regional à crise e alerta que a situação está em risco de se tornar tão grave como a vivida no Mediterrâneo em 2015.
Estima-se que desde 2014 mais de dois milhões de venezuelanos tenham procurado fugir para o Brasil, Equador, Colômbia e Peru.
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