Visitas a Luaty Beirão com restrições
Ativista luso-angolano entra no 37º dia de greve de fome.
"A linha que o separa de um quadro de saúde mais grave é cada vez mais ténue", af
irmou ontem ao CM a irmã do ativista luso-angolano Luaty Beirão, que esta segunda-feira entra no 37.º dia de greve de fome. Apesar de estável, o estado de saúde de Luaty Beirão é "sério", acrescentou a irmã, Serena Mancini, frisando que nos últimos dias houve restrições às visitas na Clínica Girassol, em Luanda, onde o ativista continua detido e sob vigilância médica.
Luaty Beirão, de 33 anos, está em protesto contra o excesso de prisão preventiva, depois de ter sido detido em junho, com outros 14 ativistas, concentrados há uma semana num hospital-prisão do bairro de São Paulo.
Foram todos acusados da co-autoria material de um crime de atos preparatórios para uma rebelião e para um atentado contra o presidente de Angola, no âmbito de um curso de formação, que decorria desde maio. Segundo a acusação, reuniam-se aos sábados para discutir as estratégias e ensinamentos da obra "Ferramentas para destruir o ditador e evitar uma nova ditadura, filosofia da libertação para Angola", do professor universitário Domingos da Cruz – um dos arguidos detidos –, adaptado do livro "From Dictatorship to Democracy", do norte-americano Gene Sharp.
Entretanto, continua sem resposta um segundo ‘Habbeas Corpus’ apresentado pelo advogado de Luaty, Luís Nascimento. O julgamento dos 15 ativistas está marcado para 16 de novembro.
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