Zelensky anuncia reforma de setor energético após escândalo de corrupção
Novo conselho de supervisão deverá assumir funções dentro de uma semana na Energoatom.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, anunciou este sábado uma reformulação das empresas estatais de energia, incluindo a operadora nuclear Energoatom, que está no centro de um escândalo de corrupção há vários dias.
"Estamos a iniciar uma reformulação das principais empresas estatais de energia", anunciou o líder ucraniano em comunicado partilhado nas redes sociais.
De acordo com o comunicado, um novo conselho de supervisão deverá assumir funções dentro de uma semana na Energoatom.
Estão implicadas no escândalo outras empresas estatais de energia, como a operadora hidroelétrica do país e as empresas nacionais de extração e transporte de gás. Na segunda-feira, o Gabinete Nacional Anticorrupção da Ucrânia (NABU) anunciou a descoberta de um esquema criminoso que terá desviado 100 milhões de dólares (cerca de 86 milhões de euros) no setor, o que levou à demissão dos ministros da Justiça e da Energia.
Segundo Zelensky, será realizada uma auditoria completa às atividades financeiras das empresas visadas, juntamente com a substituição dos seus administradores e dos representantes do Estado nos conselhos de administração.
"Qualquer esquema descoberto nestas empresas deve ser combatido com uma resposta rápida e justa", advertiu.
O Presidente ucraniano afirmou no seu comunicado que instruiu os funcionários do Governo para manterem "uma comunicação constante e construtiva com as autoridades policiais e os organismos anticorrupção".
Este último escândalo teve ondas de choque na presidência, uma vez que o alegado mentor do esquema, Timur Mindich, era considerado um amigo próximo de Zelensky. No passado verão, o Governo foi amplamente criticado por tentar retirar a independência ao NABU e à Procuradoria Anticorrupção (SAP), criados há 10 anos, mas recuou perante os protestos generalizados da sociedade civil e dos aliados ocidentais de Kiev.
O setor energético da Ucrânia tem sido severamente atingido nos últimos dias por uma campanha em grande escala de bombardeamentos com mísseis e drones russos, mergulhando grande parte do país na escuridão. O último grande bombardeamento em Kiev, ocorrido na madrugada de sexta-feira, fez pelo menos sete mortos e dezenas de feridos.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt