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Luanda não negoceia com Isabel dos Santos

João Lourenço declara ‘guerra’ e diz que empresária sofrerá com as consequências.

04 de fevereiro de 2020 às 09:31

Angola rejeita qualquer negociação com Isabel dos Santos. "Não se vai negociar, na medida em que houve tempo, houve oportunidade de o fazer. As pessoas envolvidas neste tipo de atos de corrupção tiveram seis meses de período de graça para devolverem os recursos que indevidamente retiraram do país", declarou o presidente angolano João Lourenço.

Na primeira entrevista após o escândalo Luanda Leaks, à rádio estatal alemã Deutsche Welle, o chefe de Estado de Angola foi ainda mais longe. "Quem não aproveitou esta oportunidade, todas as consequências que puderem advir daí são apenas da sua inteira responsabilidade", afirmou.

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Luanda não negoceia com Isabel dos Santos

Isabel dos Santos responde em Angola por desvio de fundos e má gestão. A empresária é acusada de desviar milhões de euros da petrolífera estatal angolana Sonangol para uma sociedade sediada no Dubai.

Três portugueses ligados à filha de José Eduardo dos Santos também foram constituídos arguidos. Entretanto, a Procuradoria-Geral da República de Angola já pediu ajuda às autoridades portuguesas para notificar os arguidos nacionais.

Questionado sobre outras investigações judiciais, em particular sobre José Eduardo dos Santos, ex-presidente de Angola, João Lourenço explicou que os antigos Presidentes gozam de imunidade durante, pelo menos, cinco anos e que compete à Justiça tomar essas decisões, rejeitando que existam processos políticos.

A Justiça angolana não descarta, no entanto, a hipótese de vir a investigar o pai de Isabel dos Santos, por alegado favorecimento da filha e dos seus negócios.

Ainda na mesma entrevista, Lourenço admitiu que "fez parte do sistema" que sustentou o seu antecessor, mas salientou que só os que conhecem o regime por dentro estão preparados para fazer mudanças. "Ninguém pode dizer que não fazia parte do sistema", rematou.

PORMENORES

Manuel Vicente

Em relação ao caso do ex-vice-presidente Manuel Vicente, acusado de pagar subornos a um procurador português, João Lourenço lembrou que este goza também de imunidade e que o facto de o processo ter sido transferido para Angola, "não significa absolvição".

Corrupção

Desde que tomou posse, há dois anos, João Lourenço tem dado prioridade ao combate à corrupção e ao regresso dos capitais ao país. A Justiça instaurou um processo contra a filha do antecessor e uma ordem de arresto de bens no valor de mil milhões de euros.

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