Ex-presidente do Brasil diz ser vítima de perseguição política implacável.
Bolsonaro reúne multidão em São Paulo, pede amnistia e diz que quer pacificar o Brasil
Em discurso no final da tarde deste domingo a um mar de apoiantes reunidos na Avenida Paulista, coração financeiro de São Paulo e do Brasil, o ex-presidente Jair Bolsonaro disse-se vítima de perseguição política implacável, defendeu que o Congresso promulgue uma ampla amnistia para todos os que são acusados de atos contra a Democracia, principal acusação de que ele próprio é alvo, e disse que o seu maior desejo é pacificar o Brasil. Na expressão que ele mesmo usou, deve-se "passar uma borracha" no que já passou, para que todos os brasileiros possam voltar a viver em paz.
"O que eu busco é a pacificação, é passar uma borracha no passado. É buscar maneiras de vivermos em paz, não continuarmos sobressaltados. É, por parte do parlamento brasileiro, uma amnistia. Nós (o Brasil) já amnistiámos no passado quem fez barbaridades no Brasil. Pedimos um projeto de amnistia para que seja feita justiça no Brasil."-Discursou Jair Bolsonaro, o último a falar num evento que foi programado para ser curto e evitar excessos, principalmente dele, e que, contra a expectativa de muitos analistas, foi um inesperado sucesso para o antigo presidente, que desde que deixou o cargo, em Dezembro de 2022, vem colecionando revezes.
Com o apoio decisivo de igrejas evangélicas, Bolsonaro conseguiu o que queria, reunir uma multidão na Avenida Paulista, e mostrar que, não obstante todas as acusações de crimes, processos na justiça e ter ficado inelegível até 2030, ainda tem um forte apoio popular. Era exatamente o que ele queria, numa estratégia que visa, principalmente, evitar ou, pelo menos, adiar, uma eventual decretação da sua prisão num dos muitos processos que enfrenta na justiça, mostrando que, se for preso, haverá uma grande comoção social no Brasil.
Sob o rigorosíssimo controlo dos organizadores, o evento impediu qualquer ataque ao Supremo Tribunal Federal, STF, ou ao juiz Alexandre de Moraes, presidente do TSE, Tribunal Superior Eleitoral, que em Junho passado tornou Bolsonaro inelegível. A idéia, conseguida, era evitar novos problemas jurídicos a Bolsonaro, que subiu ao palco empunhando uma bandeira de Israel e no seu discurso negou uma a uma todas as acusações que a polícia e a justiça lhe fazem e enalteceu o que considera os grandes feitos do seu governo, incluindo, por incrível que pareça, durante a pandemia de Covid-19, que sempre negou ou minimizou.
Tanto Bolsonaro quanto os aliados que discursaram na Avenida Paulista foram extremamente comedidos, sem fazerem ataques pessoais a nenhum membro da justiça nem descredibilizando instituições. A excepção, já programada, ficou a cargo do pastor Silas Malafaia, promotor e financiador da manifestação, que atacou Lula, o TSE e o STF, chegou a citar Alexandre de Moraes e insinuou que todos fazem parte de uma "engrenagem do mal", mas sem ultrapassar a linha do aceitável.
Além da multidão de anónimos, na Avenida Paulista estiveram dezenas de políticos aliados de Jair Bolsonaro, escolhidos a dedo e usando pulseiras VIPs para evitar intrusos, entre eles deputados, senadores e três governadores de estado, Tarcísio de Freitas, de São Paulo, Jorginho Melo, de Santa Catarina, e Ronaldo Caiado, de Goiás. Fiel ao seu estilo híperreligioso em público, a mulher de Bolsonaro, Michelle Bolsonaro, foi quem abriu o evento, fazendo uma oração com a multidão, citando o nome de Deus a cada frase, inclusive quando disse que o marido tinha sido escolhido por Deus para mudar o Brasil, e chorou, como também é costume, ao dizer que ela e Bolsonaro estão a ser vítimas de calúnias de todo o tipo e de uma perseguição implacável e injusta.
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