Primeiro-ministro daquele país garantiu que estão a ser auscultados diferentes responsáveis para a adoção de "medidas urgentes".
O Governo e partidos de São Tomé e Príncipe expressaram à Lusa preocupação com o crescimento da criminalidade violenta, com o primeiro-ministro a garantir que estão a ser auscultados diferentes responsáveis para a adoção de "medidas urgentes".
"A criminalidade está a aumentar de forma assustadora e com contornos muito violentos e isso preocupa-nos bastante", disse o líder parlamentar do Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe/Partido Social Democrata (MLSTP/PSD), Danilo Santos, que introduziu no parlamento um pedido para serem ouvidos os responsáveis das instituições da Justiça, prevendo em seguida pedir um debate sobre o setor.
São Tomé e Príncipe registou durante todo o ano de 2023 oito homicídios, mas só nos primeiros cinco meses deste ano contabilizou sete homicídios, indicador com o qual a direção da Polícia Judiciária afirmou estar "bastante preocupada", sublinhando, contudo, que "cinco dos alegados autores destes crimes estão em prisão preventiva e apenas dois casos estão ainda sob investigação".
O secretário-geral da Ação Democrática Independente (ADI), Elísio Teixeira, partido que detém a maioria absoluta no parlamento são-tomense, sublinhou que também acompanham "com bastante preocupação" o aumento da criminalidade e alinha-se à iniciativa parlamentar do MLSTP-PSD.
"Nós, tradicionalmente, somos um país de gente pacífica, gente de boa índole, daí que (...) nos tem preocupado de sobremaneira e estamos a olhar em várias perspetivas para depois termos a certeza do que podemos fazer e ajudar nesse processo", afirmou.
Já o sociólogo e analista Olívio Diogo considerou que "as pessoas já não são tolerantes" e "estão mais violentas" porque "o índice de frustração é muito mais elevado em relação ao ano passado". Isto porque as expetativas criadas não estarão a ser atendidas, pelo que "passam a resolver os problemas com as próprias mãos", acrescentou.
Uma leitura rejeitada pelo primeiro-ministro são-tomense, que pediu não se politizar a questão.
"As pessoas estão a tornar-se demasiadamente violentas e nós estamos a começar a identificar a natureza dessa violência e não tem nada a ver com o desespero, com o desemprego, com situações que existiram. (...) O país conheceu períodos em que a vida era muito mais complicada do que é esta quinta-feira e não assistíamos a isso (...). Vamos olhar para isso com responsabilidade para que também as soluções sejam as melhores face à identificação do problema", vincou Patrice Trovoada, à Lusa.
Muitos crimes registados nos últimos meses têm sido com recurso a armas brancas, nomeadamente a uma faca ou catana, o que o sociólogo Olívio Diogo associa à falta de controlo na venda, circulação e uso dessas armas na praça pública, mas não só: "Isto demonstra que a pessoa está com uma frieza, uma vontade de tirar a vida, uma vontade de ver o sofrimento da outra até à morte (...). Quando nós temos uma sociedade em que a pessoa comete a violência com uma arma branca isto demonstra que o nível de violência atingiu o patamar mais alto", apontou.
O primeiro-ministro disse que o Governo está "a progredir na compreensão do problema" e que a segunda fase vai passar pelo "envolvimento de mais atores, de mais parceiros", pela "sensibilização da sociedade" para se adotarem "medidas de urgência", de forma a por cobro à situação.
"Não há dúvidas que boa parte da violência tem estado ligada ao consumo excessivo também de bebidas alcoólicas (...). Hoje temos visto uma série de festas que acontecem sem comunicar previamente a polícia, então instala-se alguma desordem sem que a autoridade esteja presente", sublinhou Patrice Trovoada.
Questionado sobre o debate de urgência pretendido pelo MLSTP-PSD, o primeiro-ministro respondeu: "O MLSTP faz o seu trabalho de oposição, não tenho nada contra, não tenho nada a favor, eu penso que o debate sério, responsável, construtivo, é sempre saudável para toda a sociedade".
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