Por mais de três décadas, chefe xiita acompanhou a evolução do grupo. Segundo Israel, morreu num ataque ao quartel da milícia em Beirute.
Hassan Nasralla, o 'líder carismástico e polémico' que fez do Hezbollah uma força militar capaz de enfrentar Israel
Hassan Nasrallah nasceu em 1960 no bairro pobre de Karantina, em Beirute, no Líbano. Era o mais velho de nove irmãos e, por fazer parte de um seio familiar muçulmano praticante, não tardou para se associar a movimentos xiitas. Por mais de três décadas, liderou o grupo libanês Hezbollah e evitou as saídas públicas há anos por temer investidas de Israel. No entanto, apesar de todos os cuidados, acabou por não resistir à escalada de conflito no Líbano, e aos 64 anos, morreu num dos recentes ataques israelitas em Beirute, capital libanesa.
Transformou o Hezbollah
Antes de representar o Hezbollah, Hassan Nasrallah aderiu ao movimento Amal, na altura uma milícia xiita, tendo passado um breve período na cidade santa iraquiana de Najaf para frequentar um seminário xiita. Em 1982, na sequência de uma invasão de Israel ao Líbano, veio a separar-se do grupo.
Em 1985, o Hezbollah anunciou oficialmente a sua criação, publicando uma "carta aberta" que identificava os EUA e a União Soviética como os principais inimigos do Islão e apelava à "obliteração" de Israel, que, do seu ponto de vista, ocupava terras muçulmanas.
Nasrallah foi subindo na hierarquia do Hezbollah à medida que a organização crescia. Depois de ter servido como combatente, tornou-se diretor do Hezbollah em Baalbek, depois em toda a região de Bekaa e, em seguida, em Beirute, explica BBC News. Tornou-se líder do grupo em 1992, com 32 anos, depois de o seu antecessor Abbas al-Musawi ter sido assassinado num ataque de helicóptero israelita.
Pôs fim a uma ocupação de 18 anos
De acordo com a BBC News, a situação manteve-se relativamente calma até 2006, altura em que os militantes do Hezbollah lançaram um ataque transfronteiriço que causou a morte de oito soldados israelitas e o rapto de dois outros, desencadeando uma resposta israelita maciça. Os aviões de guerra israelitas bombardearam os redutos do Hezbollah no Sul e nos subúrbios do Sul de Beirute, enquanto o Hezbollah disparava cerca de quatro mil foguetes contra Israel. Mais de 1125 libaneses, na sua maioria civis, morreram durante os 34 dias de conflito, bem como 119 soldados israelitas e 45 civis. A casa e o escritório de Nasrallah foram alvo de ataques, mas ele sobreviveu.
Polémico
Apesar de ser uma figura de admiração para muitos libaneses, o modo de atuação de Nasrallah suscitou algumas críticas. O líder tornou-se uma figura cada vez mais polémica no Líbano e no mundo árabe em geral, à medida que a área de operações do Hezbollah se alargava à Síria e mais além, refletindo a intensificação do conflito entre o Irão xiita e as monarquias árabes sunitas do Golfo, aliadas dos EUA.
Os líderes sunitas libaneses acusaram o Hezbollah de arrastar o país para a guerra da Síria e as tensões sectárias agravaram-se dramaticamente.
Apoiou o Hamas
A 8 de outubro de 2023 - um dia depois do ataque sem precedentes a Israel perpetrado por homens armados do Hamas, que desencadeou a guerra em Gaza - os combates esporádicos entre o Hezbollah e Israel intensificaram-se. O Hezbollah disparou contra posições israelitas, em solidariedade com os palestinianos.
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