Khaled el-Enany recebeu 55 dos 57 votos possíveis, batendo o segundo candidato, o diplomata congolês Firmin Edouard Matoko.
O muséologo egípcio Khaled el-Enany foi eleito esta segunda-feira diretor-geral da UNESCO, pelo conselho executivo da Organização das Nações Unidas para a Educação Ciência e Cultura, sucedendo à francesa Audrey Azoulay, no próximo mandato de quatro anos.
Os resultados da votação, anunciados pela presidente do conselho executivo, Vera El Khoury Lacoeuilhe, mostram que Khaled el-Enany recebeu 55 dos 57 votos possíveis, batendo o segundo candidato, o diplomata congolês Firmin Edouard Matoko, com uma carreira de 35 anos, na agência das Nações Unidas para a Educação e Cultura.
O resultado da votação deverá ser ratificado no próximo dia 06 de novembro, na Conferência Geral da UNESCO, em Samarcanda, no Uzbequistão.
Khaled el-Enany, que deverá tomar posse como 12.º diretor-geral da UNESCO em 14 de novembro, tornar-se-á assim o primeiro cidadão de um país árabe a desempenhar o cargo e o segundo africano, depois do senegalês Amadou Mahtar Mbow (1974-1987).
Antigo ministro egípcio das Antiguidades e do Turismo (2016-2022), egiptólogo de formação, pela Universidade de Montpellier, em França, Khaled el-Enany, de 54 anos, é professor de Egiptologia na Universidade de Helwan, no Cairo, a que está ligado há mais de 30 anos.
Esta segunda-feira, perante o conselho executivo, Khaled el-Enany prometeu trabalhar "em conjunto com todos os Estados-membros para construir um roteiro de modernização da UNESCO e conduzi-la ao futuro".
Durante a campanha para o cargo, Khaled el-Enany prometeu levar para a organização uma "nova perspetiva" e o conhecimento adquirido numa carreira "no terreno", como investigador, diretor do Museu Egípcio do Cairo e como ministro, de modo a dar à UNESCO "maior visibilidade e impacto".
Como ministro das Antiguidades e do Turismo enfrentou ataques ao património cultural, reivindicados pelo Estado Islâmico, em 2017 e 2018, e a pandemia de covid-19.
O seu nome, no entanto, está também associado, no Cairo, a danos causados por grandes projetos de desenvolvimento urbano em redor da necrópole histórica da capital egípcia, "A Cidade dos Mortos", classificada como património da Humanidade, e com o despejo de residentes vulneráveis, nesta área urbana, como esta segunda-feira recorda a agência France Presse.
O ministério de el-Enany garantiu na altura que "não tinha sido destruído nenhum monumento", apenas "túmulos contemporâneos".
Khaled el-Enany assume o comando de uma agência em transformação, acusada de politização e com desafios financeiros pela frente.
À saída de Israel, em 2017, sucedeu-se a dos Estados Unidos, em julho deste ano, que fornece 8% do orçamento da organização.
A administração Trump acusou na altura a UNESCO de preconceito anti-Israel, de promover "causas sociais e culturais divisionistas" e de defender "um guião ideológico e globalista".
Khaled el-Enany, por seu lado, prometeu trabalhar para trazer os Estados Unidos de volta à organização, algo que Audrey Azoulay conseguiu em 2023, seis anos depois de Donald Trump a ter abandonado, durante o seu primeiro mandato na Casa Branca.
"Quero tentar despolitizar o debate dentro da UNESCO", disse el-Enany à AFP. "Uma criança privada de educação, não quero saber a sua nacionalidade. Não venho com uma agenda, não venho como porta-voz do mundo árabe, nem do continente africano", garantiu.
Khaled el-Enany quer atrair mais contribuições financeiras para a UNESCO, tanto de governos e como do setor privado, mobilizando fundações, mecenas e empresas, entre outras entidades.
Audrey Azoulay, antiga ministra francesa da Cultura, e a segunda mulher à frente da UNESCO depois da búlgara Irina Bokova (2009-2017), completa, em novembro, dois mandatos consecutivos desde 2017.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.