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Fed alerta para aumento dos despedimentos e dos preços nos EUA

Empregadores recorrem mais ao trabalho temporário ou em part-time, em vez de contratar a tempo inteiro, destaca também.

15 de outubro de 2025 às 21:49

A Fed desenhou esta quarta-feira um quadro pouco animador da economia americana, com empresas a fazer despedimentos e preços a aumentar, no seu "Livro Bege", uma análise regular baseada em relatos dos agentes económicos.

"Na maioria das regiões [dos EUA], um número crescente de empregadores relataram ter reduzido os seus quadros, através de despedimentos ou de saídas naturais" de pessoas que não foram substituídas, reporta o banco central dos Estados Unidos no seu "Livro Bege", uma pesquisa regular baseada nos relatos de atores económicos.

Os empregadores recorrem mais ao trabalho temporário ou em part-time, em vez de contratar a tempo inteiro, destaca também.

Em paralelo, "em várias regiões", certos setores, como hotelaria e restauração, agricultura, construção e indústria, têm dificuldades em encontrar a mão-de-obra necessária, "devido às recentes alterações na política migratória", escreve a Fed, numa referência à linha dura do governo de Donald Trump nesta matéria, com perseguição a imigrantes em situação irregular, restrição da imigração legal.

Esta análise sobre o mercado de trabalho na primeira economia mundial é publicada num momento em que o último relatório oficial sobre o emprego está em falta, devido à paralisia orçamental ("shutdown").

Os responsáveis monetários têm, portanto, de se basear mais noutros barómetros para medir o pulso do país.

Perante as novas tarifas aduaneiras colocadas pelo executivo do Presidente dos EUA, as empresas continuam a adotar estratégias diversas, como é relatado: "Algumas (...) mantêm os seus preços praticamente inalterados, para preservar a sua quota de mercado e face à resistência dos consumidores", que não estão dispostos a gastar mais. Já outras, como as industriais ou as de distribuição, "replicam totalmente os custos adicionais (...) nos consumidores".

Neste contexto, o consumo registou, no geral, uma retração, à exceção das vendas de automóveis elétricos, impulsionadas pelo incentivo de um crédito fiscal.

A situação mostra-se muito desigual. As pessoas muito ricas tiveram 'sólidas' despesas em viagens e hotéis de luxo.

Pelo contrário, os lares de baixos rendimentos ou da classe média continuaram a espreitar promoções, devido ao aumento dos preços e à crescente incerteza económica, refere a FED. Os elementos reportados foram recolhidos até 6 de outubro.

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