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Von der Leyen fala em "dia histórico" por UE acordar deixar de importar gás russo

Presidente da Comissão Europeia fala num "virar da página" da dependência energética da Rússia.

03 de dezembro de 2025 às 09:32

A presidente da Comissão Europeia considerou que esta quarta-feira é um "dia histórico" por os países e eurodeputados da União Europeia (UE) terem acordado deixar de importar gás russo até 2027, falando num "virar da página" da dependência energética da Rússia.

"Hoje é realmente um dia histórico para a nossa união. Ontem [terça-feira] à noite, chegámos a um acordo provisório sobre a proposta da Comissão de eliminar totalmente os combustíveis fósseis russos", disse Ursula von der Leyen, num ponto de imprensa sem perguntas em Bruxelas.

"Estamos a virar essa página e estamos a virá-la para sempre. Este é o início de uma nova era, a era da verdadeira independência energética da Europa em relação à Rússia", acrescentou a responsável.

Na terça-feira à noite, os eurodeputados das comissões da Indústria, Investigação e Energia e do Comércio Internacional do Parlamento Europeu, bem como a presidência dinamarquesa do Conselho da UE, concordaram em proibir as importações de gás natural russo a partir da entrada em vigor do regulamento, no início de 2026, para o gás natural liquefeito (GNL) no mercado spot, e a partir de 30 de setembro de 2027 para o gás transportado por gasoduto.

Apesar de serem admitidas algumas exceções para os Estados-membros que enfrentem dificuldades para atingir os níveis de armazenamento exigidos, o mais tardar até novembro de 2027 a UE vai eliminar todas as importações de gás russo.

"Muitos acreditam que isso seria impossível. Bem, os números falam por si e deixem-me dar-vos alguns hoje: as importações de gás russo, tanto GNL como por gasoduto, baixaram de 45% no início da guerra para 13%; as importações de carvão baixaram de 51% no início da guerra para zero atualmente; e as importações de petróleo bruto baixaram de 26% para 2% atualmente", elencou a líder do executivo comunitário.

Portugal é um dos oito Estados-membros da UE que terão de encontrar alternativas às importações de gás russo, dado que o país ainda importa GNL da Rússia, embora em proporções relativamente pequenas.

"No início da guerra, pagávamos [na UE] à Rússia 12 mil milhões de euros por mês por combustíveis fósseis e, agora, reduzimos para 1,5 mil milhões por mês, o que ainda é demasiado. O nosso objetivo é reduzir esse valor para zero", adiantou Ursula von der Leyen.

Também presente neste ponto de imprensa, o diretor executivo da Agência Internacional de Energia, Fatih Birol, comentou que "a Rússia era até agora a principal abastecedora da energia europeia e hoje essa saga chega ao fim".

Já o comissário europeu da Energia, Dan Jørgensen, falou num "bom dia para a Europa e para a Ucrânia e num dia muito mau para a Rússia" por a UE "cortar finalmente a torneira do gás russo".

A Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022 e, desde então, a UE tem tentado reduzir a sua dependência do gás russo através da diversificação do abastecimento e do armazenamento.

Em 2024, Portugal importou cerca de 49.141 GWh (gigawatt-hora) de gás natural, dos quais aproximadamente 96% eram GNL. Do total do GNL, cerca de 4,4% teve origem na Rússia.

Além disso, a quota russa nas importações de GNL em Portugal caiu de cerca de 15% em 2021 para 5% em 2024.

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