Mensageiro da Al-Qaeda revelou em tribunal as técnicas secretas de interrogatório do governo dos EUA depois do 11 de setembro.
É a primeira vez que um prisioneiro da Baía de Guantánamo fala abertamente em tribunal sobre o programa de interrogatórios dos EUA que se seguiu aos atentados do 11 de setembro. Nas palavras de Majid Khan as técnicas secretas de "tortura" da CIA deixaram-no completamente "aterrorizado e com alucinações", avançou o The Guardian.
O mensageiro da Al-Qaeda admitiu os crimes terroristas de que era acusado no primeiro de dois dias de audiência, mas não sem antes falar dos dias de abusos dolorosos a que foi submetido nas instalações clandestinas da CIA. Khan revelou que o deixavam todo nu suspenso numa viga no teto durante longos períodos de tempo, enquanto lhe atiravam água gelada para o manter acordado por dias.O arguido descreveu ainda que os interrogadores o mantinham com a cabeça submersa até quase se afogar e quando o deixavam subir atiravam-lhe água para o nariz e para a boca. Khan foi espancado, abusado sexualmente e passou fome durante aquilo que os Estados Unidos chamaram "interrogatório intensificado", mas que veio a ser classificado como tortura."Achei que fosse morrer", disse o prisioneiro. "Eu implorava para que eles parassem e jurava que não sabia de nada. Se eu tivesse informações para dar, já a teria dado, mas não havia nada".Khan disse que nunca viu a luz do dia e que não teve contato com ninguém além de guardas e interrogadores desde o dia da captura até ao sexto ano na prisão de Guantánamo. "Quanto mais eu cooperava, mais era torturado", acrescenta.
Em fevereiro de 2012, Khan admitiu ser culpado das acusações que incluem conspiração, assassínio e apoio material ao terrorismo num acordo que reduziu a sentença em troca de cooperação com as autoridades noutras investigações.
Agora, Khan poderá ser condenado entre 25 a 40 anos de prisão, mas a sentença deverá ser reduzida para não mais de 11 anos devido à ampla cooperação com as autoridades norte-americanas. Isso significa que ele deverá ser libertado no início do ano que vem e transferido para outro país, estando proibido de regressar ao Paquistão, onde tem cidadania.O homem de 41 anos nasceu na Arábia Saudita e mudou-se para os EUA em 1990, onde recebeu asilo. Khan admitiu que se juntou a uma ideologia radical depois da morte da mãe, mas que está arrependido. Agora diz que só se quer reunir com a esposa e a filha que nasceu enquanto estava detido.
Inaugurada em 2002, a temida prisão de Guantánamo foi criada pela administração de George W. Bush em território norte-americano em Cuba, como parte da "guerra ao terror" declarada pelos Estados Unidos como resposta ao ataque ao World Trade Center, a 11 de setembro de 2001.
A Amnistia Internacional já se referiu à prisão como o "gulag dos nossos tempos" e como uma maneira de os norte-americanos punirem os acusados à margem da lei. Os Estados Unidos ainda mantêm, ao dia de hoje, 39 homens no centro de detenção da Baía de Guantánamo.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.