Alexis Goosdeel afirmou que "as drogas estão a mudar" e que suas formas de consumo estão a tornar-se mais complexas.
O diretor executivo da Agência da União Europeia sobre Drogas considerou esta quinta-feira que a sociedade ficará enfraquecida se os Estados cortarem nos orçamentos para programas sociais, salientando que as formas de consumo de estupefacientes estão a mudar.
"Vemos muitas mudanças nos Estados-membros da União Europeia (UE) e fora da UE que vão no sentido de uma abordagem mais repressiva, cortando os orçamentos para programas sociais, para programas de saúde. Se seguirmos nessa direção, apenas enfraqueceremos ainda mais a parte mais vulnerável da nossa sociedade", alertou Alexis Goosdeel.
O responsável falava esta quinta-feira, em Lisboa, durante a apresentação dos resultados do relatório de 2025 da Agência da União Europeia sobre Drogas (EUDA, na sigla em inglês), ao lado do comissário dos Assuntos Internos e Migrações, Magnus Brunner, e do presidente do Conselho de Administração da EUDA, Franz Pietsch.
"Quando os políticos em Portugal me perguntam: 'senhor diretor, devemos mudar a nossa estratégia nacional?' Eu digo que não, porque têm um modelo que se baseia em factos e dados. Por isso, olhem para os dados. Se a realidade mudar, será necessário adotar novas medidas e novas respostas inovadoras, porque, lamento, o problema já não é o mesmo de há 10 ou 20 anos", realçou.
Alexis Goosdeel afirmou que "as drogas estão a mudar" e que suas formas de consumo estão a tornar-se mais complexas.
"Alguém me corrigirá, se estiver errado. Penso que 58% dos jovens dizem que estão bem no que diz respeito à sua saúde mental, isso significa que 42% não estão. Todos estes fatores interagem na forma como as pessoas consomem qualquer tipo de substância, incluindo o álcool", contou.
O diretor executivo da EUDA, todavia, disse que a UE tem trabalhado muito "em matéria de droga", com um programa que permitiu os europeus "falar a uma só voz" na Organização das Nações Unidas (ONU), "incluindo a defesa, (...) explicitamente os serviços de redução de danos".
"Para mim, o panorama nem é bom nem mau. Penso que temos um forte potencial. O meu desejo para o futuro é que não o percamos. E, se não o quisermos perder, nós/vós, teremos de lutar por ele, porque esse é o desafio de todos atualmente", acrescentou.
Portugal, por exemplo, foi identificado como ponto de entrada do tráfico de cocaína para a Europa, tendo sido apreendidas 22 toneladas desta droga em 2023, mais cinco do que no ano anterior, indica um relatório esta quinta-feira divulgado.
De acordo com o documento, em 2023 foram apreendidas 419 toneladas de cocaína em vários países europeus, quando em 2022 tinham sido 323 toneladas.
A EUDA alertou também que 88 opiáceos sintéticos, que têm um efeito semelhante à heroína, surgiram no mercado europeu desde 2009, substâncias que podem ser extremamente potentes e com risco de envenenamento e de morte para os consumidores.
O documento estima que, em 2023, se registaram 7.500 mortes induzidas por drogas, mais 400 do que em 2022, principalmente envolvendo opiáceos em combinação com outras substâncias.
Em Portugal, as estimativas mais recentes indicam uma prevalência de consumo de opiáceos de entre 3 e 7 por 1.000 habitantes - aproximadamente 28.000 utilizadores -, o que representa um ligeiro decréscimo do número de consumidores face a estimativas anteriores.
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