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Al-Qaeda pede apoio para o Hamas

O‘número dois’ da al-Qaeda, Ayman al-Zawahri, apelou ontem aos muçulmanos de todo o mundo para apoiarem o Hamas com “armas e dinheiro”, afirmando que está iminente um ataque de Israel contra a Faixa de Gaza.

26 de junho de 2007 às 00:00

Numa gravação áudio colocada num site islâmico da Internet, o ‘vice’ de Osama bin Laden e habitual porta-voz da al-Qaeda afirma que é urgente o apoio dos muçulmanos “aos mujahedines da Palestina, incluindo os mujahedines do Hamas, apesar do erros do seu governo”, face à iminente invasão israelita. “Devemos apoiá-los com dinheiro, furar o bloqueio imposto pelos Cruzados e pelos traiçoeiros dirigentes árabes e facilitar a transferência de armas e abastecimentos”, apela al-Zawahri na gravação, na qual volta a criticar a liderança do Hamas por ter participado nas eleições do ano passado e por ter aceite formar um governo de coligação com a Fatah. “Apesar disso, estamos ao vosso lado na vossa luta contra Israel”, assegura o dirigente da organização terrorista, que exorta ainda o Hamas a juntar-se à al-Qaeda na ‘jihad’ global contra a América.

O apelo do ‘número dois’ da al-Qaeda foi divulgado no dia em que dirigentes árabes e israelitas se reuniram no Egipto para reiterar o seu apoio à Autoridade Palestiniana e debater formas de isolar ainda mais os radicais do Hamas. Reunidos na estância de Sharm el-Sheikh, o presidente da Autoridade Palestiniana Mahmoud Abbas, o primeiro-ministro israelita Ehud Olmert, o rei Abdullah da Jordânia e o presidente egípcio Hosni Mubarak reiteraram a sua total oposição ao controlo de Gaza pelo Hamas e prometeram ajudar o governo de emergência liderado pela Fatah na Cisjordânia. Olmert, que se encontrou a sós com Abbas antes da cimeira, anunciou a libertação de 250 prisioneiros da Fatah e o levantamento gradual das restrições às movimentações de palestinianos na Cisjordânia como gestos de boa-vontade e assegurou que Israel não tenciona “deixar passar esta oportunidade para a paz”.

"PRECISO DE HOSPITALIZAÇÃO"

Militantes do Hamas colocaram ontem na Internet uma gravação audio do soldado israelita Gilad Shalit, no dia em que passou um ano sobre a sua captura. “Há um ano que estou preso, a minha saúde está cada vez mais degradada e preciso de uma hospitalização prolongada”, afirma Shalit na gravação. Na mensagem, a primeira que gravou desde que foi capturado, Shalit lamenta ainda o “desinteresse” do governo e do Exército israelita pela sua situação e apela ao cumprimento das exigências dos seus captores, nomeadamente, a libertação de dezenas de palestinianos detidos nas cadeias israelitas. As autoridades israelitas ainda não confirmaram a autenticidade da gravação, mas o pai do militar capturado assegurou que a voz parecia ser a do seu filho. Shalit, de 20 anos, foi capturado há um ano numa operação conjunta do Hamas, dos Comités Populares de Resistência e do Exército do Islão, junto à fronteira de Gaza.

1987 foi o ano da criação do Hamas, que é hoje o maior grupo armado palestiniano. Em 2006, o movimento venceu as eleições legislativas.

1,5 milhões é o número de habitantes da Faixa de Gaza, um território com 40 quilómetros de comprimento por 10 quilómetros de largura.

LUTAS SEPARADAS

O Hamas descreve-se como um movimento de libertação nacional e não partilha os ideiais e objectivos da al-Qaeda, embora ambos os movimentos advoguem a destruição de Israel.

ISOLAMENTO

Desde que as forças do Hamas assumiram o controlo da Faixa de Gaza, a comunidade internacional reforçou o apoio ao governo de emergência criado por Abbas na Cisjordânia, numa tentativa de isolar os radicais.

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