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Ano Novo: Ameaças terroristas obrigam a reforço de segurança e restringem eventos em todo o mundo

Paris decidiu cancelar a tradicional celebração nos Campos Elísios e o recente ataque na praia de Bondi ainda afeta a Austrália.

27 de dezembro de 2025 às 13:47

Na quinta-feira, dia 25, a Turquia ordenou a detenção de 137 suspeitos de pertencerem ao grupo do Daesh (115 foram detidos), por suspeita de estarem a planear ataques durante o período de festividades do fim do ano. As autoridades estão por isso em alerta máximo com o aproximar do último dia do ano temendo ataques terroristas. Mas não é só na Turquia. Vários países, entre eles França, Alemanha, Sérvia e Austrália, já cancelaram ou restringiram as tradicionais comemorações.

As medidas foram adotadas de uma forma preventiva, face ao aumento do nível de risco identificado por serviços de inteligência e forças de segurança em vários países. O objetivo é proteger a população sobretudo em eventos que habitualmente reúnem grandes multidões. Alguns países optaram pelo cancelamento das festevidades, outros ordenaram fortes restrições. Em todos os casos o policiamento e os protocolos de segurança foram reforçados.

A câmara de Paris, por razões de segurança, cancelou a tradicional comemoração de Ano Novo nos Campos Elísios pelo facto de as autoridades e o governo considerarem existir um elevado risco de ataques. Em vez do evento ao vivo, será exibido um vídeo pré-gravado na televisão. O espetáculo de fogo de artifício no Arco do Triunfo será mantido, mas não contará com a presença de público.

Segundo o jornal francês Le Monde, Jeanne d'Hauteserre, presidente do oitavo distrito da capital, revelou preocupação com os "movimentos imprevisíveis da multidão" e frisou que a área dos Campos Elísios "não foi projetada para receber este tipo de festejos, onde as pessoas estão em constante movimento".

Cidades como Lyon, Marselha e Estrasburgo também anunciaram o cancelamento de alguns mercados de Natal e a proibição de fogos de artifício, alegando “impossibilidade de garantir segurança total”.

Na Alemanha também estão a ser tomadas medidas de segurança. O tradicional mercado de Natal de Magdeburgo, por exemplo, um dos mais populares do país, após alguma incerteza acabou por abrir, mas foi visível o forte policiamento, barreiras antiterrorismo e restrições de acesso a veículos. O forte policiamento tem sido uma constante em eventos nesta altura do ano e vai manter-se no final do ano.

Bruxelas também suspendeu nesta quadra festiva um grande evento na Grand-Place, após informações que estavam a ser planeadas manifestações antiracistas que poderiam motivar a presença de elementos extremistas com a intenção de causarem distúrbios violentos.

Na Austrália ainda estão bem presentes as marcas do massacre na praia de Bondi, em Sydney, e por isso foram canceladas as comemorações de Ano Novo no local - eram esperadas cerca de 15 mil pessoas.

A 14 de dezembro, um ataque terrorista planeado para atingir a comunidade judaica de Sydney, levado a cabo por dois homens, causou a morte a 15 pessoas e fez mais de 30 feridos.

“Devido à situação atual, o Conselho de Waverley decidiu cancelar os eventos de Ano Novo na praia de Bondi, incluindo o elrow XXL Bondi e o Locals Lawn”, informou um porta-voz.

O tradicional fogo de artifício que ilumina a cidade de Sydney, contudo, vai manter-se.

Na capital sérvia de Belgrado, o presidente da câmara anunciou recentemente que a cidade não irá realizar festejos no Ano Novo, neste caso uma medida preventiva para lidar com o risco de violência contra os jovens.

"A maioria das pessoas que frequentam estas celebrações são crianças de 13 a 15 anos. No ano passado, tivemos um caso em que um grupo de pessoas tentou romper as barreiras e causar problemas com os espectadores", recordou Aleksandar Sapic ao jornal sérvio Politika.

Em Hong Kong também foi cancelado o tradicional fogo de artifício no Victoria Harbour. O governo não deu qualquer explicação para esta medida, mas neste caso pode estar também relacionada com o incêndio num complexo residencial que em novembro causou 160 mortes.

Também em Tóquio, no Japão, o distrito de Shibuya vai manter a política que vigora desde 2019 e, por razões de segurança, não haverá grandes aglomerados de pessoas em eventos festivos.

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