A edição de hoje
Luaty Beirão já perdeu 20 quilos e não consegue ingerir líquidos.
Playboy sem mulheres nuas
Irmã de Luaty Beirão fala à CMTV
O estado de saúde do rapper luso-angolano Luaty Beirão, um dos 15 ativistas presos desde junho em Luanda por suspeita de preparar um golpe de Estado contra o presidente Eduardo dos Santos, agravou-se nos últimos dias. Luaty, de 33 anos, está em greve de fome há 23 dias e o seu estado é bastante debilitado, já não conseguindo ingerir líquidos.
O rapper, também, conhecido como Ikonoklasta, foi transferido na sexta- -feira da cadeia de Calomboloca para o hospital-prisão de São Paulo, na capital angolana. Devido ao risco de colapso dos órgãos internos, Luaty aceitou receber hidratação por via intravenosa, mas o seu estado continua a ser preocupante.
"Ele está estável, mas muito debilitado e desidratado, porque já são 23 dias de greve de fome. Apesar de tudo, num hospital tem outro acompanhamento", disse ao CM o amigo e artista Pedro Coquenão, com quem Luaty colaborou no projeto ‘Batida’.
O artista frisa que Luaty "está lúcido e mantém o projeto. Isto é um projeto de grupo, contra a prisão preventiva que já dura há 90 dias, para além dos prazos legais. O que pedem é que seja possível aguardar a decisão judicial em casa e só nessa altura terminará a greve de fome", adiantou.
Os 15 ativistas foram detidos a 20 de junho, quando estavam reunidos para discutir a situação política do país. Luaty iniciou a greve de fome a 21 de setembro como forma de protesto por ter sido ultrapassado o prazo legal da prisão preventiva – 90 dias – sem decisão judicial sobre a sua extensão ou revogação. A acusação, que só foi conhecida na semana passada, diz que "os arguidos planeavam, após a destituição dos órgãos de soberania legitimamente instituídos, formar o que denominaram ‘Governo de Salvação Nacional’ e elaborar uma ‘nova Constituição’".
Considerado um dos rostos mais visíveis da contestação ao regime, Henrique Luaty Beirão nasceu em Angola e estudou em França, Portugal e Inglaterra, onde se licenciou em engenharia eletrotécnica. É filho de João Beirão, falecido em 2006, fundador e primeiro presidente da Fundação Eduardo dos Santos e muito próximo do presidente angolano.
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