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Ativistas portugueses detidos por Israel aceitaram deportação

Israel vai fretar dois aviões para deportar os ativistas. Voos previstos para segunda e terça-feira

04 de outubro de 2025 às 01:30

Mariana Mortágua e os outros três ativistas detidos por Israel encontram-se "bem de saúde", já assinaram os papéis a aceitar a deportação voluntária e deverão ser colocados "no próximo avião" com destino à Europa, disse ao CM fonte do Ministério dos Negócios Estrangeiros.

A embaixadora portuguesa em Israel, Helena Paiva, visitou, na sexta-feira, os quatro detidos na prisão de Saharonim, no deserto do Negev, para onde foram transferidos juntamente com os restantes integrantes da flotilha Global Sumud, intercetada na noite quarta-feira pelas forças israelitas quando tentava levar ajuda humanitária a Gaza. "Estão bem de saúde, não houve violência física", disse a fonte do MNE, mas têm queixas que levaram a embaixadora a "apresentar um protesto" junto das autoridades israelitas. Desconhece-se a natureza dessas queixas, mas vários dos detidos estrangeiros têm-se queixado do calor sufocante que se faz sentir na prisão, que foi originalmente construída para acolher imigrantes ilegais.

A mesma fonte adiantou que Mariana Mortágua, a atriz Sofia Aparício e os ativistas Miguel Duarte e Diogo Chaves já assinaram os papéis a aceitarem a deportação voluntária e serão colocados "no primeiro avião para a Europa, a expensas do Governo de Israel".

O governo israelita indicou que a maioria dos 473 ativistas detidos aceitou a deportação voluntária e o ministro dos Negócios Estrangeiros de Itália, Antonio Tajani, revelou que deverão ser deportados na segunda e na terça-feira "a bordo de dois aviões fretados pelas autoridades israelitas" e que têm como destino "duas capitais europeias", que serão Londres e Madrid.

Entretanto, um vídeo polémico mostra o ministro israelita da Segurança Nacional, o ultranacionalista Itamar Ben Gvir, a humilhar publicamente os detidos durante uma visita ao porto de Ashdod. Nas imagens, os ativistas estão sentados no chão, cercados por guardas armados, enquanto o ministro lhes chama "terroristas".  "Em nenhum estado democrático um ministro se dirige a um centro de detenção ou a pessoas detidas para as insultar, numa tentativa de degradação e desumanização daquelas pessoas", denunciou a dirigente do Bloco de Esquerda Joana Mortágua, que exigiu que o Governo peça explicações ao embaixador de Israel.

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