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Atriz egípcia usa vestido transparente e é julgada por "promover a imoralidade"

Mulher pode ser condenada a uma pena de cinco anos de prisão.

02 de dezembro de 2018 às 16:33

Uma atriz egípcia está a ser acusada de "promover a imoralidade" por ter usado um vestido preto transparente no Festival de Cinema do Cairo, no Egito, no final do mês de novembro.Rania Youssef, de 45 anos, vai ser julgada em janeiro e pode incorrer numa pena de prisão até cinco anos após dois advogados a terem acusado, segundo avança a BBC.Amro Abdelsalam e Samir Sabri, conhecidos no Egito por casos envolvendo celebridades e a justiça, alegam que a roupa usada por Rania "não respeitou os valores sociais, as traduções e moral, prejudicando a reputação do festival e das mulheres egípcias em particular", em declarações à agência France-Presse.O sindicato que representa os atores posicionou-se ao lado dos dois advogados. A atriz já usou as redes sociais para se desculpar pela indumentária, que lhe deixava as pernas expostas: "Foi a primeira vez que usei o vestido e nunca pensei que fosse causar tanta raiva".Nas redes sociais, a indumentária da atriz dividiu opiniões. "Esse vestido e design denomina-se 'esqueci-me das minhas calças e vou ser homenageado'", escreveu um utilizador do Twitter.

"Enquanto formos uma comunidade que se aborrece com vestidos e fatos de banho e não leve em conta o direito básico de um ser humano ser livre, permaneceremos uma sociedade fechada que é viciada em restringir os direitos das mulheres", disse outra pessoa no Facebook. 

A forma como o caso está a ser tratado não é uma estreia. Em 2017, Shaimaa Ahmed, uma cantora egípcia, foi condenada a dois anos de prisão por ter usado roupa interior num videoclipe enquanto comia uma banana. 

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