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Áustria e Alemanha querem reduzir número de refugiados

No ano passado, o país liderado por Merkel acolheu 1,1 milhões de candidatos a asilo.

06 de fevereiro de 2016 às 13:11

A Áustria quer que a agência europeia de fronteiras, Frontex, que recebe na Grécia os migrantes provenientes da Turquia, os devolva diretamente àquele país, disse o chanceler austríaco, Werner Faymann, à imprensa.

"A Frontex deve parar as pessoas que fogem para a Grécia. Devem  ser todas salvas, mas depois devem ser reenviadas para a Turquia. Só assim a Frontex pode ser realmente um serviço de proteção de fronteiras e não um programa de salvamento", disse o chefe do governo austríaco ao tabloide Österreich.

Faymann disse ter proposto "esta solução ótima" ao homólogo turco, Ahmet Davutoglu, na conferência de doadores para a Síria que se realizou na quinta-feira em Londres.

A outro jornal austríaco, o Kroner Zeitung, o chanceler afirmou que esta "seria a única medida completamente eficaz para desarticular as redes de traficantes" de seres humanos.

Questionado pela agência austríaca APA, o gabinete da chancelaria informou que a Turquia receberia em contrapartida um desbloqueio mais rápido dos três mil milhões de euros de apoio ao acolhimento dos refugiados prometidos pela União Europeia.

A Áustria é um dos países europeus que recebeu mais migrantes, em termos proporcionais, em 2015. Com 8,7 milhões de habitantes, o país recebeu 90.000 candidatos a asilo, o que corresponde a mais de 1% da população. Uma das rotas mais seguidas pelos migrantes que pretendem chegar à Europa do Norte começa na Grécia passando pela Macedónia, Sérvia e Croácia, seguindo, sobretudo desde que a Hungria encerrou as suas fronteiras, pela Eslovénia até à Áustria.

Igreja católica alemã apela a uma redução de número de refugiados

Também a Igreja católica alemã apelou a uma redução do número de refugiados que chegam à Alemanha por considerar que o país não pode "acolher todas as necessidades do mundo", segundo uma entrevista divulgada na imprensa alemã.     

"Como Igreja também nós dizemos que precisamos de uma redução do número de refugiados", declarou o presidente da Conferência Episcopal alemã, o cardeal Reinhard Marx, numa entrevista ao jornal regional Passauer Neue Presse.

A Alemanha não pode "acolher todas as necessidades do mundo", afirmou o cardeal Marx, defendendo que esta questão não deve ser tratada apenas à luz da "caridade, mas também à da razão".

No ano passado, o país acolheu 1,1 milhões de candidatos a asilo, um recorde absoluto. Até agora a Alemanha ainda não deu previsões oficiais do número de refugiados esperados este ano.

O cardeal Marx também se mostrou preocupado com um aumento da xenofobia na Alemanha, numa altura em que o partido populista alemão Alternative für Deutschland (AfD) se aproveita da crise dos refugiados para adotar um discurso de direita radical.

A presidente do AfD, Frauke Petry, provocou recentemente controvérsia no país por defender que as forças de segurança deviam, "em última instância, (...) poder recorrer às armas" para proteger as fronteiras nacionais contra o afluxo de migrantes.

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