Respondendo às acusações "de certos países e estruturas europeias", a diplomacia bielorrussa denunciou "estas declarações apressadas e abertamente hostis".
A Bielorrússia garantiu esta segunda-feira que agiu legalmente ao desviar o avião da Ryanair, rejeitando acusações dos europeus que suspeitam que Minsk tenha intercetado o avião para deter um opositor bielorrusso a bordo do aparelho.
"Não há dúvida de que as ações dos nossos órgãos competentes estiveram de acordo com as normas internacionais", disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros no seu portal, rejeitando as "acusações infundadas" de países europeus, acusando-os de politizar o ocorrido.
"É de um ponto de vista da segurança (...) que este incidente deve ser analisado", referiu o Ministério bielorrusso, referindo-se à suposta ameaça de bomba que levou à aterragem no domingo em Minsk de um voo da companhia aérea irlandesa Ryanair, que ia da Grécia para a Lituânia.
Respondendo às acusações "de certos países e estruturas europeias", a diplomacia bielorrussa denunciou "estas declarações apressadas e abertamente hostis".
"Há um desejo de politizar, ouvimos acusações infundadas", disse o Ministério bielorrusso.
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Irlanda classificou hoje como um ato de pirataria de Estado o desvio de um avião da companhia aérea irlandesa Ryanair, que foi forçado a aterrar em Minsk pelas autoridades bielorrussas.
"Foi realmente pirataria aérea, sancionada pelo Estado", disse Simon Coveney à emissora pública irlandesa RTE.
A companhia aérea irlandesa Ryanair disse hoje que a tripulação do avião em que viajava um jornalista crítico do regime bielorrusso recebeu um aviso de ameaça à segurança a bordo antes de o aparelho ser desviado para Minsk.
Em comunicado, a Ryanair disse que o controlo de tráfego aéreo bielorrusso comunicou uma suposta ameaça à tripulação, dando também "instruções para desviar para o aeroporto mais próximo, Minsk".
A empresa de voos 'low-cost' acrescentou que nada foi encontrado após o avião aterrar em Minsk.
As autoridades bielorrussas detiveram o jornalista Roman Protasevich no domingo, depois de o Presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, ter ordenado que o voo da companhia aérea Ryanair de Atenas para Vilnius, capital da Lituânia, fosse desviado para o aeroporto de Minsk.
Roman Protasevich, de 26 anos, é o ex-editor-chefe do influente canal Nexta, que se tornou a principal fonte de informação nas primeiras semanas de protestos antigovernamentais após as eleições presidenciais de agosto de 2020.
Em novembro, os serviços de segurança bielorrussos (KGB), herdados do período soviético, registaram o seu nome e o do fundador do Nexta, Stepan Putilo, na lista de "indivíduos envolvidos em atividades terroristas".
Assim que o avião pousou no aeroporto de Minsk, os passageiros foram obrigados a um controlo, durante o qual o jornalista foi detido.
A prisão do ativista gerou indignação nos países ocidentais, com a NATO e a União Europeia a levantarem a ameaça de novas sanções contra a Bielorrússia. A França sugeriu hoje uma "proibição do espaço aéreo" da Bielorrússia após o sequestro do avião da Ryanair.
Os chefes de Estado e de governo da União Europeia devem analisar hoje a possibilidade de novas sanções contra o regime autoritário de Minsk como reação ao desvio do avião.
O Presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, perante um vasto movimento de protesto contra a sua reeleição considerada fraudulenta em agosto de 2020, orquestrou uma campanha de repressão contra a oposição e os meios de comunicação independentes do país.
Desde o início dos protestos na antiga república soviética, centenas de jornalistas foram detidos e quase 20 estão ainda presos.
Entretanto, Alexander Lukashenko promulgou uma lei de segurança nacional que alarga os poderes da polícia e de outras forças estatais e que podem utilizar armas militares para reprimir a desordem.
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