Presidente brasileiro quis evitar a reação da justiça antes de tudo estar consumado.
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Num episódio que retrata bem o clima de tensão que se vive hoje em dia entre os poderes no Brasil, o presidente Jair Bolsonaro deu esta segunda-feira posse ao novo diretor-geral da Polícia Federal, Rolando Alexandre de Souza, pouco mais de meia hora depois de a nomeação dele ter sido publicada no Diário Oficial. E, ainda por cima, a cerimónia foi realizada em segredo, só tendo sido divulgada depois de tudo estar oficializado.
Rolando foi anunciado novo diretor-geral da mais importante polícia brasileira numa edição especial do diário do governo publicada ao início da manhã. Menos de uma hora depois da publicação, o governo anunciou que o novo chefe da Polícia Federal já tinha tomado posse numa cerimónia reservada no Palácio do Planalto, a sede da presidência brasileira, e que até já tinha ido para a sede da corporação para começar a trabalhar.
A razão de tanta pressa e de tanto segredo foi o receio de Jair Bolsonaro de que alguém contestasse a nomeação e que, como aconteceu uma semana atrás, a justiça impedisse a posse. Segunda-feira passada, o presidente nomeou para o cargo o amigo e amigo dos seus filhos Alexandre Ramagem, mas um dia depois, minutos antes deste ir tomar posse, o Supremo Tribunal Federal anulou a nomeação, avaliando que teria havido desvio de finalidade.
Ramagem é muito amigo dos filhos de Bolsonaro, principalmente de um deles, Carlos Bolsonaro, que é investigado pela Polícia Federal por suspeita de liderar uma organização criminosa especializada em forjar e disparar notícias falsas contra adversários do pai e de ameaçar autoridades, entre elas juízes do Supremo Tribunal. Por isso aquele tribunal avaliou que a nomeação de Ramagem por Bolsonaro tinha como intenção travar as investigações e blindar o filho do presidente e travou a posse.
Jair Bolsonaro ficou furioso, afirmou (nas suas próprias palavras) não ter "engolido" a decisão judicial e decidiu dar uma "finta" aos magistrados, nomeando outra pessoa, Rolando Alexandre de Souza, mas que é extremamente próximo a Ramagem, de quem era braço-direito na ABIN, Agência Brasileira de Inteligência. E, para evitar que essa proximidade entre Rolando e Ramagem pudesse ser usada como pretexto para anular também a nova nomeação, Bolsonaro deu posse ao novo chefe da polícia escondido, sem a pompa e circunstância nem os convidados que cerimónias desse tipo costumam ter, evitando uma reação da justiça antes de tudo estar consumado.
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