Líder brasileiro acusou opositor de dirigir governo "mais corrupto da história do Brasil" e humilhou jornalista em direto. Antigo presidente respondeu com obra feita no seu mandato.
Bolsonaro e Lula trocam acusações de 'mentiroso' em debate que encurralou presidente brasileiro no tema 'mulheres'
Sem surpresa, o debate presidencial brasileiro, realizado na madrugada desta segunda-feira, ficou marcado pelo confronto direto entre o atual presidente Jair Bolsonaro e o seu principal opositor, o candidato do PT, Lula da Silva. Um comentário insultuoso relativo a uma jornalista virou praticamente todos os participantes no debate contra o ocupante do Palácio do Planalto, que ficou encurralado no tema "mulheres".
Escândalos e corrupção
Agressivo, Bolsonaro começou por acusar o antigo presidente de dirigir o "governo mais corrupto da história do Brasil", referindo escândalos revelados pela Operação Lava Jato na petrolífera Petrobras. Menos agressivo que Jair Bolsonaro – e talvez por isso menos eficaz -, Lula defendeu-se referindo uma extensa lista de iniciativas contra a corrupção adotadas pelo seu antigo Governo. "O país que eu deixei é um país que o povo tem saudade", disse Lula da Silva. E o candidato do PT deixou uma promessa: "Esse país vai voltar". Lula prometeu ainda "guerra contra o atraso educacional que a pandemia deixou".
Apesar das provocações de Bolsonaro, Lula (que lidera as sondagens realizadas até agora) apresentou-se com pose de estadista sem responder ao tom do atual presidente.
Na segunda parte do debate, Bolsonaro referiu-se à iniciativa legislativa 'Auxílio Brasil' e acusou o PT de a reprovar. Uma avaliação da Folha de São Paulo realizada em tempo real concluiu que Bolsonaro mentiu. Na realidade, a inciativa foi votada favoravelmente pelo partido de Lula.
Igual a si próprio, o presidente Jair Bolsonaro apelidou Lula de "ex-presidiário" e atacou com violência a jornalista da TV Cultura, Vera Magalhães, quando foi confrontado com uma pergunta sobre vacinação. "Acho que você dorme pensando em mim, você não pode tomar partido num debate como esse. Você é uma vergonha para o jornalismo", respondeu Bolsonaro à jornalista, manifestamente irritado.
Além dos líderes nas sondagens de intenção de voto, Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro, participaram ainda no mega-debate, Ciro Gomes, Simone Tebet, Luiz Felipe d'Avila e Soraya Thronicke. Não foi apenas Lula da Silva a atacar Jair Bolsonaro. Uma das declarações mais violentas contra o atual presidente foi feita por Simone Tebet: "Precisamos trocar o presidente da República", disse a senadora, acusando Jair Bolsonaro de ser uma ameaça à democracia e à independência do Supremo Tribunal Federal.
Jair Bolsonaro, o único participante que iniciou o debate sem cumprimentar ninguém, falou ainda do "ativismo judiciário" para acusar a Justiça de interferir no poder legislativo sem se inibir, ele próprio, de interferir no poder judicial.
Neste peculiar frente-a-frente de praticamente três horas, as questões foram colocadas por uma 'pool' de jornalistas das televisões Bandeirantes e Cultura, do diário Folha de São Paulo e do portal UOL, meios organizadores do debate. O debate também ficou marcado pela exigência de Lula e Bolsonaro para não ficarem posicionados lado a lado no 'plateau' da rede Bandeirantes.
O debate foi marcado por cenas pouco democráticas no 'lounge' montado pelos organizadores do debate que se realizou sem público. Ali aconteceu o momento mais quente da noite. Membros da equipa de Bolsonoro e Lula quase entraram em vias de facto quando os candidatos discutiam o desmatamento da Amazónia.
De acordo com uma sondagem em tempo real realizada a 64 pessoas pela DataFolha, o candidato à reeleição Jair Bolsonaro teve a pior avaliação no debate.
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