Filho do homem que agonizava na calçada junto a hospital de Manaus chorava muito e pedia ajuda.
Um doente com sintomas graves de Covid-19 morreu à porta da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Campos Salles, na zona oeste da cidade brasileira de Manaus, depois de não ter sido autorizado a entrar por aquela unidade hospitalar estar sobrelotada. Imagens fortes que circulam nas redes sociais e foram repercutidas pela TV Bandeirantes, de São Paulo, mostram o desespero do filho do doente, que batia insistentemente na porta de vidro da UPA implorando para que não deixassem o pai morrer, ante a indiferença dos seguranças que protegiam o local pelo lado de dentro.
Outras pessoas que também estavam no lado de fora tentando um atendimento mas em estado menos grave tentaram o que puderam, abanando desesperadamente o doente já que não podiam fazer mais nada, e gritavam por socorro, tentando convencer os seguranças a fazerem alguma coisa além de olhar. O filho do homem que agonizava na calçada chorava muito e repetia sem cessar apelos para que, já que o pai não podia entrar, ao menos que chamassem um médico ou alguém da enfermagem para o socorrer, mas tudo foi em vão.
Cumprindo impassíveis a ordem que receberam de não deixar entrar mais ninguém por aquela UPA já ter esgotado a sua capacidade de atendimento, os seguranças não fizeram absolutamente nada nem chamaram ninguém. Terríveis e longos minutos depois, o doente morreu, sufocado pela desesperante falta de ar, levando a multidão em redor a acompanhar o filho dele no pranto e nos gritos de revolta, entre eles o que classificava a dramática situação como um assassínio.
Esse caso assumiu proporções muito grandes pela repercussão nas redes sociais e na televisão, mas não foi o único. Com o sistema de saúde de Manaus, capital do estado do Amazonas, completamente colapsado, até o maior hospital de urgências da cidade, o Hospital 28 de Agosto, fechou as portas e não atende mais ninguém.
Os apelos para uma ajuda mais eficaz e ágil do governo do presidente Jair Bolsonaro a Manaus não têm surtido efeito e tem sido a solidariedade de outros estados, de cidadãos anónimos e de artistas, que fizeram grandes doações de oxigénio, respiradores, máscaras e outros insumos, que tem ajudado a salvar outras vidas. Numa live, Jair Bolsonaro afirmou que a culpa da situação ter chegado onde chegou no Amazonas é dos governantes locais e que não pode fazer mais, e o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, tem enviado ajuda, mas a um ritmo extremamente lento e insuficiente.
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