Chefe da diplomacia brasileira tem "esperança de que acordo seja assinado em dezembro".
O Brasil aguarda pelas discussões do Conselho Europeu e traduções para as línguas europeias do acordo comercial entre a União Europeia e Mercosul com a esperança que seja assinado em dezembro, disse esta sexta-feira o chefe da diplomacia brasileira.
"A negociação está concluída", frisou o ministro das Relações Exteriores do Brasil, em Brasília, ao lado da chefe da diplomacia da União Europeia, Kaja Kallas.
No Palácio do Itamaraty, Mauro Vieira insistiu que para a assinatura do acordo faltam apenas questões burocráticas e o "debate no Conselho Europeu".
Ainda assim, recordou que, após a assinatura, o acordo terá ainda de ter "aprovação legislativa".
"Aí é outra coisa", resumiu, mostrando esperança de que em dezembro, na Cimeira de Estado do Mercosul, presidida pelo Brasil, o acordo seja finalmente assinado.
Menos incisiva, a Alta Representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança disse que a discussão vai "acontecer no Conselho Europeu".
"Esperemos que corra tudo bem", frisou Kaja Kallas ao lado de Mauro Vieira, depois de se ter encontrado mais cedo com o Presidente brasileiro, Lula da Silva.
"Somos 27 países, 27 democracias, diferentes grupos", resumiu assim a chefe da diplomacia europeia.
Lula da Silva, Presidente do país que ocupa a presidência do Mercosul, já havia manifestado a intenção de acelerar as negociações para permitir a assinatura do acordo em dezembro, quando o Brasil entregará a presidência do Mercosul.
A Comissão Europeia propôs, no início de setembro, um pacto provisório que permite aplicar "o mais rápido possível" a parte comercial do acordo com o Mercosul, o que torna possível concluir a sua ratificação sem que ele tenha que ser aprovado individualmente por cada Estado-membro.
De acordo com a proposta, os acordos comerciais poderão entrar em vigor graças ao pacto provisório, mas este terá de ser substituído posteriormente pelo acordo completo, já com disposições políticas e cláusulas de salvaguarda, que terá de ser ratificado individualmente por cada Estado-membro.
A UE e os países do Mercosul tentam finalizar aquele que será o maior acordo comercial e de investimento do mundo, que servirá um mercado de 700 milhões de consumidores, no âmbito do reforço da cooperação geopolítica, económica, de sustentabilidade e de segurança.
O acordo UE-Mercosul abrange os 27 Estados-membros da UE mais Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, o equivalente a 25% da economia global e 780 milhões de pessoas, quase 10% da população mundial.
O Brasil é parceiro estratégico da UE desde 2007.
A UE é o segundo maior parceiro comercial do Brasil e o seu maior investidor estrangeiro, com mais de 300 mil milhões de euros de investimento direto.
Após relações diplomáticas tensas aquando da Presidência de Jair Bolsonaro, quando Lula da Silva voltou ao cargo, em 2023, os laços UE-Brasil ganharam novo dinamismo, sendo que a conclusão das negociações do acordo UE-Mercosul, em dezembro de 2024, veio dar um novo impulso.
Este acordo é especialmente atrativo para o bloco comunitário neste momento, face às tensões comerciais com os Estados Unidos.
Para além dos encontros com o Presidente brasileiro e o ministro da Relações Exteriores, Kaja Kallas tem ainda uma agenda hoje na Embaixada da União Europeia em Brasília, estando previsto também encontros com a sociedade civil e outros atores.
Em entrevista à Lusa, antes da sua vinda ao Brasil, Kaja Kallas disse que esta visita serve para "mostrar alternativas reais de cooperação" ao país, visando evitar "deixar um espaço vazio" para Rússia ou China.
"O Brasil é um país grande e importante na América Latina e é do nosso interesse cooperar com eles e não os deixar ser atraídos por outros atores no plano internacional, especialmente depois de os Estados Unidos terem aplicado tarifas de 50%" ao país, disse Kaja Kallas, em entrevista à agência Lusa em Bruxelas.
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