Autoridades locais atribuem crime a grupos terroristas.
Caçadores da aldeia de Nangororo, província moçambicana de Cabo Delgado, encontraram um corpo decapitado nas matas da zona, alegadamente vítima de grupos terroristas, disseram esta sexta-feira à Lusa fontes locais.
Segundo os relatos locais, o corpo foi encontrado cerca de 20 quilómetros para o interior da mata naquela zona do distrito de Meluco, quando estes procuravam por novas zonas para armadilhas artesanais aos animais.
"É um corpo irreconhecível, de um homem", disse uma fonte, a partir da aldeia de Nangororo.
Segundo a população local, a vítima será um dos ocupantes da ambulância que há cerca de duas semanas foi abordada por homens armados, associados ao grupo extremista Estado Islâmico, que montaram uma cancela na estrada, obrigando ao pagamento para deixar as viaturas circularem.
"É o que todos pensam, alguém morto por terroristas, porque aqui em Nangororo tivemos uma cancela clandestina deles, há quase duas semanas, e uma ambulância caiu na emboscada. Alguns dos ocupantes tinham conseguido fugir", explicou outra fonte da comunidade.
Localizada a cerca de 170 quilómetros de Pemba, capital provincial de Cabo Delgado, a aldeia Nangororo localiza-se ao longo da estrada nacional N380, uma das poucas que tem asfalto na região, ligando aos distritos de mais ao norte e que desde julho, devido aos ataques de insurgentes, conta com a proteção de escoltas militares aos automobilistas.
Camponeses de aldeias de dois distritos de Cabo Delgado denunciaram na quarta-feira que abandonaram os campos de cultivo por receio, após a passagem de grupos de alegados terroristas, num momento que se registam ataques em vários pontos daquela província.
Segundo as fontes, os movimentos dos supostos terroristas, nas aldeias de Nampipi e Mahate, no perímetro entre os distritos de Metuge e Quissanga, começaram a sentir-se no domingo, após os camponeses locais terem avistado homens com armas de fogo na zona de produção agrícola.
Na terça-feira, os camponeses da zona de produção de Nampipi acabaram por dormir fora das suas cabanas, após os supostos rebeldes terem passado próximo ao rio onde vão buscar água.
A população da aldeia de Nacuta também relatou na terça-feira um ataque por um grupo de supostos terroristas, que saquearam a comunidade e levaram três pessoas, provocando ainda a fuga da população.
Segundo fontes da comunidade, o ataque a Nacuta, distrito de Metuge, a cerca de 60 quilómetros da cidade de Pemba, aconteceu durante a madrugada do mesmo dia.
Após o saque das barracas, os rebeldes levaram três pessoas da comunidade, obrigando-as a carregarem os produtos até ao interior da mata, libertando-as mais tarde.
Elementos associados ao grupo extremista Estado Islâmico (EI) já tinham reivindicado na segunda-feira um novo ataque, numa aldeia de Cabo Delgado, com pelo menos um cristão decapitado, num momento de violência e milhares de deslocados naquela província moçambicana.
A reivindicação, feita através dos canais de propaganda do EI, referia que o ataque aconteceu perto de Nangade, durante o qual "capturaram um dos cristãos" e "executaram-no".
Outras reivindicações dos últimos dias, confirmadas por fontes locais da Igreja Católica, apontam para casas e igrejas incendiadas em vários pontos de Cabo Delgado, desde o final de julho, incluindo a decapitação de vários "cristãos" entre a população.
No sábado, o mesmo grupo reivindicou outro ataque a uma aldeia do distrito de Ancuabe, no dia anterior, com os rebeldes a afirmarem que "capturaram um elemento das milícias locais", que depois foi "decapitado".
Mais de 57 mil pessoas foram deslocadas desde 20 de julho na província moçambicana de Cabo Delgado após o recrudescimento de ataques de extremistas, segundo dados da Organização Internacional para as Migrações (OIM).
O ministro da Defesa Nacional admitiu no final de julho preocupação com a onda de novos ataques em Cabo Delgado, adiantando que as forças de defesa estão no terreno a perseguir os rebeldes armados.
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